24 janeiro, 2005

Fico pensando o quão patético ficaria esse espaço se eu continuasse falando aqui sobre o que se passa acá. Imagino a feição de 'gentes' lendo sobre o quanto reforma é chata, a bagunça diária é estressante e papo de pedreiro é uma cousa à parte.

Meu primeiro bom-dia vêm dos pedreiros, que me acordam na sutileza dos bambambams de suas respectivas ferramentas. Muito culpa minha também, que já que se está lindamente fodida, então fodida e meia: mudei a lavanderia de lugar, o que causou muito mais transtorno, mas ficou muito melhor donde está agora.

Fora isso, cansei-me de dirigir-me até os depósitos para somente comprar areia, cimento e canos e adquiri lindas portas novas, para a casa praticamente toda, portas articuláveis, chiquérrimas, porque não só de material bruto se vive um depósito e há de se ter prazer no meio de tanta bagunça.

Mas, a vida continua, não é? Só não tenho tanta disposição assim, pra ficar aqui, contando sobre a cor do piso ou os cofrinhos dos pedreiros. Deixa tudo isso pelo menos acalmar, que volto nas minhas loucuras.

Em tempo: o chá de gengibre é a melhor coisa que já tomei pra gripe nessa vida. Solta todo e qualquer catarro existente dentro de si e limpa toda aquela voz fanha que a gripe insiste em te proporcionar. Além de deveras gostoso. Essa eu fico devendo, Rê. Que chá de alho que nada. Gengibre na gripe, galera.

E pra finalizar:

FELIZ ANIVERSÁRIO!!!!!!

Muita paz, muita felicidade, muita insanidade procê, que quanto mais doida, mais eu te adoro. Todo meu carinho mais que sincero, nesse dia, seu, e de todos que te amam também. Répibãrdeituiou. ;)

 
22 janeiro, 2005

Tá um rolo por aqui.
Melhor eu concentrar, ficar mais atenta, para que as coisas fluam.
Uns 3 ou 4 dias.
Inté, então.

Enquanto isso, vai brincando aqui, aqui ou aqui.

 
21 janeiro, 2005

Por mail:

É quais que nem fazer quentão. Só que sem pinga e mais cheroso.

Descasca uma maçã, e separa a casca. Pra um litro de chá, se você quiser bem ardido, vai um pedaço de uns 4 cm de um gengibre não muito tarugão. Mas vai com calma no ardor, se vc não for muito fã.

Queima o açúcar até ficar meio caramelo, coloca o gengibre [descascado é mais legal] pra acabar de queimar - gengibre cortado em múltiplos de 7 - hoho -, junto com as cascas da[s] maçã[s] , cravo e canela. Se quiser colocar um pouco de casca de abacaxi é expectorante mas altera bem o sabor, fica mais azedinho, mamis gosta eu odeio, só coloco de quando em vez e ainda assim pq é remédio.

Entonces, vc "refoga" a casca da maçã, a canela em pau, o gengibre e um pouco de cravo, até cabar de caramelar o açúcar, taca água no bicho - nesse momento vc terá perfumado a casa inteira e vai tar se achando a Medéia -, e depois deixa ferver ferver por um tempo.

Desliga o fogo, se enfia debaixo das cobertas, e toma o trem.

Detalhe para a maçã que sobrou - vc só usou a casca, lembra? - , vc corta ela em cubinhos e coloca um pouco de cubos dentro da xícara de chá que vc vai tomar. Que a maçã absorve o ardido e dá um gostinho muito bom tbm.

Espero que dê mais certo que minhas cippollas pluft.*

E Vê se melhora, ó da coriza!!!!


Diz aí se não melhoro agora?
Obrigada, Rerrê.
Tu é um amor.

[*Cipollas pluft a qual ela se refere eram pra ser anéis de cebola empanados que não deram muito certo, hehehe]

 
20 janeiro, 2005

.. porque sou completamente influenciável.


"A gente pensa uma coisa, acaba escrevendo outra e o leitor entende uma terceira coisa... e, enquanto se passa tudo isso, a coisa propriamente dita começa a desconfiar que não foi propriamente dita."

"Às vezes a gente pensa que está dizendo bobagens e está fazendo poesia."

"Por vezes, quando estou escrevendo estes cadernos, tenho um medo idiota de que saiam póstumos. Mas haverá coisa escrita que não seja póstuma? Tudo que sai impresso é epitáfio."

"Há noites que eu não posso dormir de remorso por tudo o que eu deixei de cometer."

"As sereias usam fecho ecler."


... e também porque, no meio de tanto barulho e agitação, eu tenho que me acalmar de alguma forma, não é mesmo? Pois bem.

 
18 janeiro, 2005

EU NÃO AGUENTO MAIS!!!

Graças à um coquetel molotov tomado diariamente, hoje criei uma coragenzinha pra sentar aqui. Putis, tudo dói, que saco. Gripe é uma merda. E pra ajudar, tem ainda a sinusite, que faz com que eu sinta a cabeça umas duzentas toneladas mais pesada.

E como mal nunca vem sozinho, a casa virou um caos, minha vida virou um caos, eu estou um caos. No meio de espirros, dores no corpo, coriza e esse bendito catarro no peito chiando desesperadamente, o encanamento da casa foi para as cucuias. Entupiu fodidamente. E adivinha? Tem que quebrar pra arrumar. Desgraça pouca é bobagem.

Então, lá vai eu fazer orçamento nos depósitos para comprar o material por pedreiro - porque o serviço é urgente. Depois chama o pedreiro pra me levar até o depósito, porque se eu fosse dirigir, entraria no poste mais próximo. Daí, desembolso a bagatela de 870 paus no depósito. Saí de lá infartando, juro.

Pela primeira vez na vida, material ficou mais caro que mão-de-obra, que tá quase ali também, nos 870, mas tá, tem que fazer - e urgente. E o pedreiro disse que em 20 dias tá pronto. Então daqui a dois ou três meses, o serviço acaba. Vinte dias, tá bom, sei.

Daí que tudo foi por água abaixo mesmo. Depois disso, parece que fiquei mais doente ainda. No domingo, não tirei o focinho debaixo da coberta. Sim, porque eu era a única pessoa sentindo frio naquele calor que estava (diziam). Tá TUDO de pernas pro ar, visita só recebo do portão pra fora, os quais eu ainda atendo. Telefone, nem pensar. O máximo que ando fazendo é lavando a louça, isso de dois dias seguidos. E isso me faz um mal tremendo, porque sou organizada, perfeccionista e maníaca obcessiva compulsiva, mas a gripe grita dentro de meu ser e volto rastejando pra cama. Horrível.

Mais chato ainda são os entendidos que ficam falando que têm que ir no médico, onde já se viu uma coisa dessas. Até o dia que estressei e gritei que tenho 30 anos, duas filhas e sei tratar uma gripe, calem a boca, pelaamordedeus. Ir no médico por causa de uma gripe, só se for pra atestar, o que não é o caso. Sei exatamente o que tomar (pra dizer que estou tomando alguma coisa, claro) e sei exatamente o quanto essa tortura durará - uma semana, contadinhos. O remédio é só mesmo pra aliviar os sintomas, porque a gripe mesmo, vem e vai por si só.

Viu que belezinha está a minha vida? Pois é. Veja o lado bom: minhas filhas estão viajando, o que é de um grande agrado pra mim, já que se elas não estivessem, eu mandaria alguém buscar, porque basta uma doente, por favor. Agora, é aguentar essas marretadas as 7 da matina e conversa de pedreiro all time.

Rezem, amorzinhos, rezem. E reservem uma vaga no hospício mais próximo, por garantia.

 
14 janeiro, 2005
Gripe
Mau estar
Febre
Amidaligte
justamente no fim de semana que eu IA pra praia.

OBRIGADA.
Grrrrrrrrrrr.

 
13 janeiro, 2005

Daí eu reclamei que o 'lado de lá' não veio buscar as meninas, e que eu estava me desdobrando aqui para entretê-las, mas que no fundo eu estava é gostando, embora cansativo, é prazeroso. Então que elas finalmente foram, já fazem alguns dias. E fazem uma falta da porra.


Daí que começou o Big Brother e eu adorooooooo aquilo. Todo mundo fala que não gosta, mas bato no peito e assumo que sou adoradora de realitys shows. Aqui, na hora do BBB5, faz-se mais silêncio que na hora do Jornal Nacional. Assumo de uma vez que gosto invés de falar que não assisto, mas estar por dentro de tudo que rola na casa. Inclusíverrrr, fui com a cara do Jean e da Pink. E a primeira que roda acho que será a mocinha de 18 anos, piercing e cabelo metade vermelho, que me foge nome agora.


Daí que estou tomando café com leite e comendo pão de queijo que-eu-que-fiz, porque estou cozinhando compulsivamente para passar o tempo. Sou uma cozinheira muito boa, mas muito boa mesmo, se tratando de pratos salgados. Mas domingo fiz um bolo de laranja que, misericóóóóóórdia. Ficou lindo, cresceu, fofíssimo e ... docíssimooooooo. Segui receita, amores... mas é doce demais o trem.


Daí que terminei de ler as Crônicas do Veríssimo, estou terminando o ma-ra-vi-lho-so livro Porque os Homens fazem Sexo e as Mulheres fazem Amor [comprem, comprem] e tem mais uns 5 ainda pela frente. Muitopon ler. Isso me faz lembrar que eu preciso de uma nova luminária de pregador pra colocar na cama. Ajuda eu ler até mais tarde, trocar a TV pelo livro e dormir lendo que é muito legal, e a leitura impregna muito mais na mente.


Daí que eu fiquei dias e dias sem assistir Senhora do Destino - e non me fez falta nenhuma. Mas como assisti ontem, alguém explica, please, cadê o Barão? Que aconteceu com o Raul Cortes? Fofoquem-me... :)


Daí que estou eu saindo do banco, e nas escadas, dou de frente com um conhecido meu, chaaaaaaaaaaaaaato. Ele me cumprimentou e parou. E eu continuei descendo. Quando olhei, ele continuava parado, esperando que eu parasse também. Uma cena patética. Soltei qualquer coisa tipo "tudo bem?", mas esqueci que ele era chato por dois segundos. O CARA DISPAROU A FALAR. "Casei, tenho um filho que nasceu em outubro passado, voltei de Portugal faz um ano, morei lá por dois anos, estou trabalhando com chocolates, tenho vários pontos que já revendem o meu chocolate, logo montarei uma loja, casei com uma portuguesa, nunca mais te vi, e você, tá legal?". Inacreditável, mas ele falou tudo isso e mais um pouco, sim senhores. Falei que eu estava bem, mas que estava com pressa. Eu, três dregraus abaixo dele, com o corpo completamente estranho: metade virado pra descer, metade virado pra olhá-lo. E o cara vai e me fala: "Ahhh. Mas você engordou um pouco né?". Eu não acreditei. NÃO ACREDITEI. Eu ouvi aquilo? Eu e toda aquela gente da escadaria do banco, subindo e descendo, e agora olhando pra minha cara? INACREDITÁVEL. Mais inacreditável ainda foi a minha reação. Talvez congelada pelo susto, só soltei um: "É, acho que sim" e dei tchau e deitei no chão e desci rolando, porque naquela hora me senti uma Wilza Carla, pra mais. Cara chaaaaaaaaato.

 
11 janeiro, 2005

Com a vida que ela tem, com tudo que ela já aprendeu, não poderia ser diferente. Ela só não dizia que havia experimentado de um tudo ainda, porque as possibilidades da vida sempre se renovam. Mas ela, com toda a certeza do mundo, havia experimentado bastante. Então, que de uns anos para cá, ela havia decidido que certas posturas deviam ser tomadas, a seu favor, claro.

E foi então que ela percebeu, muito da inteligente, que a vida é para ser vivida, curtida e gozada - literalmente. Não deixar nada para depois - nada que a fará feliz para depois - tornou-se o top das regras dela. Sim, porque ela sempre foi muito regrada, até mesmo quando ela se tornava imoral. Deu um basta nas consequências e partiu para ser feliz. E é lógico que relações amorosas e sexuais estavam presentes no esquema que ela tinha se auto-proposto. Na verdade, é onde ela encontraria mais alegrias, ao seu ver.

Despida de toda denominação que poderiam vesti-la, nua de qualquer interrogação que poderia intervir, ela seguiu. Mas nunca poderia imaginar que aqueles seres do sexo oposto seriam tão arredios diante sua nova aquisição de vida. Sim, porque os homens não podem com mulheres decididas. Eles têm medo e se acovardam. Eles tendem a entender tudo errado e a tomar decisões contrárias do que estaria sendo deliciosamente convidado. Se ela investisse um mínimo, o pretendente já saía pro canto, achando que ela estava apaixonada. Pronto, ela teria que rever certos conceitos.

As frases eram completamente distorcidas... Um "a gente conversa" era entendido como "quero casar com você" e já vinham cortes do tipo "estou a fim de ficar sozinho" ou até mesmo "sou novo ainda para me amarrar". Cortes? Da onde tirou isso? Eram tremendos foras que ela tomava, sem entender tanto e a deixando sempre em dúvidas se explodia em gargalhadas ou se virava as costas e saía andando. É, porque nem a mais santa das paciências, aguenta aquilo sempre.

Uma vez, ela estava mesmo a fim. Muito a fim. A vontade brotou do nada, no meio de uma conversa mais íntima. Curiosidades afloravam junto com os desejos mais insólitos possíveis. Cogitou alguma coisa. Cogitou várias coisas. E na liberdade que ela tinha para esses assuntos, ela declamou e explicitou tudo o que passava na cabeça dela, jurando que ele, sim, ele entederia. Mas não foi diferente. E ali não adiantava explicar mais nada. Porque para homens assim, explicação não adianta, definitivamente. A coisa mais próxima que ela chegou a conseguir definir foi que, se de repente ela apresentasse os bons amigos dela ao sujeito, somente pelo fato de combinarem uns com os outros, ele juraria que ela estaria com alguma aliança de ouro escondida na bolsa para logo depois.

Mesmo morrendo de vontade, ela não explicou muito. Digo 'muito', porque ela ainda se explicou. Mas já sabia que não ia dar em nada. Porém, continua sutilmente investindo. E torcendo para que a carapuça sirva de uma vez. Porque não é possível que na altura desse campeonato que ela está, ela tenha que ensinar em be-a-bá que a vida está aí para ser vivida, oras. Ela continuará nas mesmas atitudes, talvez um pouco mais blasé. Só que depois disso, ela está mais para "não quer, tem quem quer" do que para qualquer outra coisa.

Com a fome que ela tem de vida, mal sabem eles o que andam perdendo, coitados. Eles, que adoram terminar com o que nem começou, para sentirem-se mais protegidos, blarg. Eles, coitados, que sabem tão pouco da vida e juram que vivem. Por Deus, que eles possam enxergá-la, uma vez, pelo menos.

 
08 janeiro, 2005

E foi depois de um telefonema (um bom telefonema), que ela se colocou a pensar. Normalmente, a pessoa que ligou pra ela tinha mesmo essa disposição incrível de deixá-la pensativa. E dessa vez ela fora questionada se, depois do casamento, mais ninguém a satisfez completamente....

Ora, teve aquele lá, com nome de cantor brega. Ele servia. Procurava fazer tudo para agradá-la. Saltava da cama e passava o café, trazia chá no meio da insônia, fazia saladas maravilhosas, enchia a geladeira de vinho tinto, quando saía deixava flores sobre a cama. Anotava compromissos na agenda dela, recortava notícias que ela poderia aproveitar no trabalho, atendia telefone como ninguém, tinha paciência com tudo. E sabia fazer comida japonesa ... um verdadeiro sushiman - mesmo sendo loiro e de olhos redondos, azuis, bem clarinhos.

A gota d'água foi no dia que ela chegou do trabalho e o flagrou passando roupas. Ali ela viu que ele seria um excelente mordomo, mas namorado não dava. Queria, quem sabe, algo menos solícito, mais autoritário, dominador. E encontrou. Mas isso também é uma outra história.

 
06 janeiro, 2005

Enquanto a gente dribla a vida, que adora pregar peças na gente, o destino reserva gratas surpresas, tudo em um dia só.

Recebi da Paulinha uma caixa de Ferrero Rocher. Eu disse UMA CAIXA, entenderam? Então. Chocolate maravilhoso, uma caixa, só meus, todos eles. O dia estava chato, nublado, trabalhoso, e de repente, me vi ali, rindo, com uma caixa de Ferrero nas mãos. Por mais que você tente imaginar a sensação boa que é desembrulhar um chocolate desses e saboreá-lo com as pernas pra cima num dia chato, você só saberá realmente se passou por isso, nessas mesmas condições. Então, Paula, não tenho só que te agradecer da surpresa, mas também por teu feito meu dia muito mais Ferrero Rocher. Adorei tudo. E, me engorde, tantas vezes você desejar, hehehehehe.

Mais tarde, recebo uma carta do Submarino, retratando-se do erro de enviar os livros sem a devida identificação do remetente. E junto, o cartão mais provável de quem eu imaginei mesmo que me daria a 'trilogia' da Vinci. Quem? Tessa. Óficórse. Quem mais poderia ser? HAHAHAHA. E depois de ler o cartão, corri pro dicionário pra descobrir o que significava 'assaz'. É, porque só Tessa pra usar essa palavra. Por isso que é tão adorável. Mas, como está viajando, enveredando-se estradas à dentro aí, não vai ler isso tão cedo. Mas deixo registrado todo o meu agradecimento...

E ontem, eu fui no supermercado, e os panetones estavam 50% off. Então, é lógico, me lembrei disso aqui. Ah, e será que comer um panetone sozinha em dois dias faz mal? Aguarde cenas do próximo capítulo.

E, pra finalizar, a pergunta que não quer calar: PORQUE TANTA IMAGEM, POLLY?
... mas isso é uma outra história.

;)

 
05 janeiro, 2005

[por mail dela]

Quando em vez, abrem a tampa do bueiro e o passado ressurge do lodo. Por isso que eu sempre digo: FECHA ESSE BUEIRO CARALHO, e ninguém entende nada.

[minha resposta]

Cê jura que cê fala? Ai, que eu pulava de medo. Pq imagina, eu do teu lado e vc falar isso? Eu hein. (EU ENTENDIIIIII - to de zueirinha, pq FAIZ PARTE)


[e ela de novo]

Hahahaha, imagina vc pulando de medo das baratas (do bueiro) e eu "Quieta Polly, é só o meu passado voltando!" e daí vc saindo correndo com muito mais medo. Credo, preciso parar de raciocinar que nem roteirista de cartoon.


Noné o máximo?
:)

*****************

PROCURA-SE UM REMETENTE, PARTE 2, A MISSÃO

Dessa vez eu caí na gargalhada, antes mesmo de ficar batendo no fundo da caixinha, pra ver se caía algum cartão.... Mas chegou aqui a trilogia do Código da Vinci, e sem remetente. Então, quem mandou, favor identificar-se para que eu possa encher de beijos, please. Porque a Polly é curiosa que só ela.

 
04 janeiro, 2005
Geralmente, as meninas viajam em janeiro, mas pelo que notei, esse ano não vai rolar. Hoje, porque eles não vieram buscá-las. Amanhã, só Deus saberá do meu humor, se vou deixá-las irem ou vou gritar um NÃO redondo na cara deles, enfim....

Então me viro em quinhentas para satisfazê-las. E gasto muito dinheiro pra que não fiquem trancadas dentro do quarto ou comendo computador o dia todo. Fomos no parque, na quadra jogar bola, na ciclovia andar de bicicleta (dã), no méqui, na sorveteria, no play, nos shoppings, no cinema (Os Incríveis, claro, porque Bob Esponja e Xuxa nem de grátis).

Fazemos maquiagem uma nas outras, unha uma das outras, cabelo uma das outras.... lemos gibis... desenhamos...pintamos.... comemos muita bobagens, passamos mal depois... assistimos dvds e jogamos vídeo games... fazemos jogos de adivinhações e gargalhamos das bobeiras que falamos.... assim vai mais um dia.

Elas não são pidonas, mas tento agradar, monto os programinhas, faço com prazer, sabe? Ocupo os dias para ficar tudo bem nas férias, que serve também de tampão, para que eu não precise ficar explicando porque não vieram buscá-las, afinal de contas. Mesmo porque tá decidido que caso elas perguntem, eu vou falar a verdade: "liguei lá, mas enrolaram, enrolaram, disseram que talvez na próxima semana..."

Só que elas não são mercadorias disponíveis numa prateleira pra hora que bem entenderem. E tou bem da cansada de ter que falar que o pai trabalha demais, o pai deve estar viajando, o pai... ah, o pai, sei lá, esquisito né? ele sumiu mesmo.... Então, ocupo-as hoje, vou na piscina amanhã, jogo Banco Imobiliário depois e vou vendo se, caso mudarem de idéia lá, eu vá deixar ir ou não.

Porque nem tudo aqui é alma e coração.
Aqui cansa-se também. E muito.

 
01 janeiro, 2005

Dia um do mês um de um novo ano.

Foi a passagem de ano mais light que eu tive na minha vida. Antes da uma hora, eu já dormia um sono digno de Morpheus. E tranquila. E bem.

Hoje acordei diferente. Estiquei o máximo que eu podia - o meu sono. Levantei, olhei ao redor e por dois ou três instantes, eu verifiquei que nada mudou. Meus olhos tiveram a certeza de que só nasceu um novo dia contabilizado de número um... mais um dia eu que tenho a chance de ser aquilo que desejo ser, de passar tranquilamente todas as divisões e subdivisões da minha vida:

o meu dia, que divide-se em 24 horas... a minha hora que divide-se em 60 minutos... meus minutos que dividem-se em 60 segundos... meus segundos que se dividem em milésimos de segundos... que juntos formarão o minuto, que serão horas, que serão um dia, que contando 30 formará um mês e cada porção de 30 de novo formará mais outro e outro mês, até que nessa contagem formem 12 meses e estejamos dando adeus à 2005, como fizemos ontem para 2004.

Minha esperança é diária, e renova-se em cada fraçãozinha dessa que eu citei. Ela não se renova automaticamente a cada novo ano, mais uma fração de vida. Essa esperança é um todo, é uma forma e opção de vida. É um querer viver.

Porque no dia que essa esperança acabar, acabará a própria vida. Não terei mais motivos. Não terei onde buscar ar. Perde-se o sentido.

Pra isso, essa pausa no que chamo de todo. A vida é um todo. Só paramos de ano em ano para repôr as energias, olhar coisa bonita, ter possibilidade de abraçar os amados, tomar fôlego e acordar pra tudo outra vez.

Que esse ano eu consiga...que nesse ano eu tenha... bobagem.

Sigamos.

É o que importa.