E foi depois de um telefonema (um bom telefonema), que ela se colocou a pensar. Normalmente, a pessoa que ligou pra ela tinha mesmo essa disposição incrível de deixá-la pensativa. E dessa vez ela fora questionada se, depois do casamento, mais ninguém a satisfez completamente....
Ora, teve aquele lá, com nome de cantor brega. Ele servia. Procurava fazer tudo para agradá-la. Saltava da cama e passava o café, trazia chá no meio da insônia, fazia saladas maravilhosas, enchia a geladeira de vinho tinto, quando saía deixava flores sobre a cama. Anotava compromissos na agenda dela, recortava notícias que ela poderia aproveitar no trabalho, atendia telefone como ninguém, tinha paciência com tudo. E sabia fazer comida japonesa ... um verdadeiro sushiman - mesmo sendo loiro e de olhos redondos, azuis, bem clarinhos.
A gota d'água foi no dia que ela chegou do trabalho e o flagrou passando roupas. Ali ela viu que ele seria um excelente mordomo, mas namorado não dava. Queria, quem sabe, algo menos solícito, mais autoritário, dominador. E encontrou. Mas isso também é uma outra história.