01 janeiro, 2005

Dia um do mês um de um novo ano.

Foi a passagem de ano mais light que eu tive na minha vida. Antes da uma hora, eu já dormia um sono digno de Morpheus. E tranquila. E bem.

Hoje acordei diferente. Estiquei o máximo que eu podia - o meu sono. Levantei, olhei ao redor e por dois ou três instantes, eu verifiquei que nada mudou. Meus olhos tiveram a certeza de que só nasceu um novo dia contabilizado de número um... mais um dia eu que tenho a chance de ser aquilo que desejo ser, de passar tranquilamente todas as divisões e subdivisões da minha vida:

o meu dia, que divide-se em 24 horas... a minha hora que divide-se em 60 minutos... meus minutos que dividem-se em 60 segundos... meus segundos que se dividem em milésimos de segundos... que juntos formarão o minuto, que serão horas, que serão um dia, que contando 30 formará um mês e cada porção de 30 de novo formará mais outro e outro mês, até que nessa contagem formem 12 meses e estejamos dando adeus à 2005, como fizemos ontem para 2004.

Minha esperança é diária, e renova-se em cada fraçãozinha dessa que eu citei. Ela não se renova automaticamente a cada novo ano, mais uma fração de vida. Essa esperança é um todo, é uma forma e opção de vida. É um querer viver.

Porque no dia que essa esperança acabar, acabará a própria vida. Não terei mais motivos. Não terei onde buscar ar. Perde-se o sentido.

Pra isso, essa pausa no que chamo de todo. A vida é um todo. Só paramos de ano em ano para repôr as energias, olhar coisa bonita, ter possibilidade de abraçar os amados, tomar fôlego e acordar pra tudo outra vez.

Que esse ano eu consiga...que nesse ano eu tenha... bobagem.

Sigamos.

É o que importa.