Olho pra você e penso como a vida é muito mais fácil através desses olhos tão azuis. Te amo mais do que a mim. Te amo com todos meus poros. Te amo pra sempre. Muita vida e Nescau Ball pra vc, Tel. Feliz 9 anos. Feliz você.
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How much is your blog worth?
e estou irredutível.
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Mudando de assunto:
E ontem, assistindo o Jô:
- Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!!!!!!!!!!!! (gritos histéricos)
- QUE FOI?
- O Jô não sabe o que é T9!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
- Ãh?
- O Jôooooooo!!!!! Cora Ronai tá lá, explicando pra ele!!!!!!!!!
- T9 noné aquele trequinho de escrever no celular?
- E não é? Até você sabe, filha.
- E você acha mesmo que o Jô manda torpedos por celular?
- .........
Daí, ontem, falando com um velho amigo no telefone, eu solto que eu e a Rafa brigamos feio pela primeira vez, depois que ela entrou na anjolescência. Daí, ele retrucou, contra mim, claro, que só eu que não sabia que isso ia acontecer mais dia, menos dia. Tretruquei, lembrando que acho que sou uma megamãe e que esperava (ansiosamente) algum retorno que (obviamente, mas me deixa sonhar) não veio e que (porra, mas que saco) fiquei magoada mesmo, deixa eu.
Ele notou que o negócio foi feio, retirou o que disse e confirmou que, mas é claro, eu era uma megamãe. Chegou uma hora até que eu disse a típica frase "qdo vc tiver filhos....", ele completou sem me deixar terminar: "... darei pra vc criar...", porque ele sabe que não adianta discutir comigo e mudamos de assunto.
Depois dessa conversa, fiquei matutando a noite toda (hipérbole), porque eu tinha que bolar algo que as incentivasse e, ao mesmo tempo, não me consumisse - porque eu me consumo muito facilmente, entenda. Então, que tinha que envolver ganhos e perdas, motivação e compreendimento.
Há um tempo atrás, eu havia pensado em fazer medalhas. Juntando um tanto, trocava-se por prêmios reais. Deixei de lado a idéia, achei falha. Depois vi no Discovery, no programa Nanny 911, uma idéia bacaninha, que consistia em vasilhinhas com nomes e pontuações por bolinhas de gude. Fez algo bacana por si, ou por alguém, ganha uma bolinha. Fez algo chato pra si ou pra alguém, tira duas da vasilhinha. Depois de um mês, barganha-se as bolinhas por presentes.
Adotei a mesma idéia, mas serão moedas de 10 centavos, no lugar das bolinhas. Bolei umas regras, comprei dois cofrinhos, e no fim do dia, conversaremos as 3, quem fez coisas bacanas, quem não fez e acertaremos as contas. No fim de 30 dias, o dinheiro arrecadado será delas. Vale também pra quem tirar nota abaixo de 5 na escola e pra quem não responder mal-educamente. Vale pela loucinha guardada pra ajudar, como para os sapatos jogados pelo quarto. Fez 10 coisas legais no dia? Ganha-se as 10 moedas. Desobedeceu o dia todo, xingou, falou palavrão? Perde-se o equivalente ao dobro do que fez.
Expliquei que estou menos tempo em casa, preciso de ajuda e conto com elas. Expliquei as regras, inquebráveis. Expliquei que pode haver exceções, mas eu as dito. Expliquei que as amo muito e não quero me magoar mais. Expliquei à Rafa que já tive a idade dela e por mais que ela cresça, eu sempre serei a mais velha. Expliquei à Tel que não é competição. Expliquei.
Sinto que o ares vão mudar lá em casa.
Pra melhor.
Espero estar certa.
(feriados me cansam em vez de descansar-me)
(saudades de abraço, beijo, beijo, abraço, abraço, beijo...)
(ontem fiquei hoooooras incontáveis num papo muito interessante com um cara)
(em compensação, tem outro que pretendo dar umas porradas em breve)
(segunda, Carrefour, passando no caixa, o mocinho estatela os olhos e diz: - Você viu? Entrou um monte de palhaços ali no caixa central! Fico sem entender e olho. Não vejo nada. Olho com cara de nada pro mocinho. Ele diz, incrédulo: Palhaços! Literalmente! Olho de novo, e vejo uns 6 palhaços, literalmente. Depois, muito depois, ri disso. Palhaços. Literalmente)
(organizei quase tudo do que pretendo)
(a Rafa está em uma fase terrível, brigamos feio essa semana - mas já passou)
(devo ainda, mas devo uns 40% menos, graças à Deus e ao IR dos outros)
(parei de encanar com conta atrasada, apareceu-me mais cabelos brancos)
(cabelos brancos, saca? no plural, viu isso?)
(minha sexta tá musical, desde manhãzinha)
(estou com uma apostila gigantesca pra ler, pra aprender e pra prestar uma prova, mas feriados me cansam)
(eu já disse isso)
(cansada também de solidão)
(tenho chegado tarde à beça em casa, todos os dias)
(ontem senti vontade de ir pra um barzinho, comer gorduras e beber cerveja, mas não tive companhia)
(fui chamada de inteligente umas 8 vezes na semana)
(é, eu contei)
(todo fim do dia, tenho dor de cabeça)
(descobri que sei desenhar razoavelmente bem e isso me deu um certo orgulho)
(eu não soube responder quantos fusos horários tem o Brasil e fiquei profundamente magoada comigo por isso)
(saudades da Al)
(e, definitivamente, feriados me cansam)
Tentaram desanimá-lo, lembraram-no que ele tem quase 70 anos, falaram do problema na vista, da operação da córnea, melhor parar, melhor isso, melhor ir pro bingo, andar de ônibus, desista de dirigir.
E eu, no meu cantinho, vi tudo caladinha. Numa noite, liguei pra ele e disse: Papai, o senhor quer fazer? Vai e faz! Não dê ouvidos à mamãe. Eu sei que o senhor consegue.
Daí, ignorando as brigas de reprovação, ele foi lá, se matriculou, fez o cursinho obrigatório, tudo muito na dele. Agora à pouco entrou aqui, com um certificado na mão, todo orgulhoso e disse:
- Ó, fia. Só errei dois! - e disparou a falar da 'tecnologia', que a prova é num telão, que as respostas são nos cliques, que ele teve medo, (...)
Quer saber?
Amo meu pai.
Amo!
Comprar esmaltes coloridos e fazer florzinhas na unha, eu mesma.
Assistir E.R, Gilmore Girls, American Idol, Enquanto Você Não Vem, Lost e Amazing Race - necessariamente nessa ordem.
Ganhar um troco por clicar em emails-propagandas, vulgo spam-do-bem.
Sentir saudade-doída-que-doa-então.
Ficar em silêncio muitas horas do dia.
Formatar o computador um zilhão de vezes e depois descobrir que não precisava formatar, que o problema era de energia.
Me sentir mais sozinha que nem estrangeiro em terra-de-ninguém.
.............Isso porque a semana acaba de começar e essa sensação ridícula de 'se prepara que vêm coisa por aí' não vai embora..............
Nem sou muito chegada, mas me lembro que, certa vez, em uma aula de Português, a professora explicou sobre textos conotativos e textos denotativos. Aí, entrava uns montes de outras derivações: pollissemia, ambigüidade, aliteração, poesia e tantos outros. (Incrivelmente eu lembro disso!)
Daí, que nessa aula, eu -falante até umas horas, participante até dizer chega, uma cdf assumida e despreocupada- disse que a Bíblia, então, era o livro mais conotativo que existe. Ela, a professora, se empolgou, disse que sim, que era mesmo, e talvez por isso há tantas facções religiosas e tanta guerra em nome de Deus: porque, no meio de tanta conotação, entende-se o que bem quiser. Enfim.
Lembrei disso hoje, ao pensar que Páscoa, infelizmente, virou mais uma data comercial e que muita gente nem imagina o por quê o coelho, do ovo de chocolate, do por quê do 'não comer carne'. Eu como carne normalmente porque acho que o 'buraco é bem mais embaixo', mas há quem 'respeite' e seria legal todos saberem da 'verdade'. Verdade em aspas, claro, porque a minha verdade pode não ser a sua e assim por diante. Digo isso não generalizando, mas para um núcleo pequeno, no meu caso, aqui em casa... no máximo, ali na casa da minha avó, ou na de um amigo cabeça aberta. Religião é complicado. O que me lembra também isso aqui.
Não sou, nem de longe, a filha exemplar que Deus deseja. Mas também não sou, de perto, tão ruim assim. Hoje em dia, a Raquel também já sabe de muitas verdades escondidas atrás dos ovos de chocolate. É bacana saber que elas vêem que é um dia bacana, de oração, de família, de respeito; por mais difícil que seja trilhar um caminho de fé com elas.
E quinta, quando eu saía do trabalho, um colega me desejou 'Feliz Natal'. Sorri, voltei, abracei-o e vim, introspecta (taí uma época que fico muito introspecta. A outra é meu aniversário.). É bem isso mesmo. As coisas começam a se encaixar, no momento que vc abranda o coração e deixa a verdade fluir nele. Simples assim.
Tsc tsc.
Donde cês tiraram a idéia de que tenho grana pra bancar uma faculdade de medicina ou de psicologia? Nhé. Psicologia nem é tãããããooo caro assim, só que não... bastam os meus fantasmas. E medicina é completamente fora de meus padrões. Sabe aquele tipo de profissão que você nem ousa sonhar com? A própria. Mas, vou dizer, a linha de raciocínio não está muito fora da realidade não.
E, bem da verdade, eu não estou a fim de (e não vou) pagar faculdade nenhuma, se é que vocês me entendem. E é por isso que estou buscando. Quiçá conseguirei. Força e vontade não faltam.
[e que os anjos digam amém, em côro celestial]
Estou lendo um livro completamente up. "Mulheres que correm com lobos". Comprei no fim do ano passado, quando viajei com ela. Mas acabei nem levando, e ele já estava esquecido na estante. Achei que não tinha nenhum livro mais pra eu ler e na busca de uma releitura, achei-o-o. [olhe só quanta cultura, meudeus].
É um livro de linguagem psicológica, aborda os processos da psique e através das metáforas e histórias, esclarece o caminho a tomar (e incentiva) para reconhecer a força feminina interior.
Apesar de princípio tê-lo achado cansativo, acabei entrando em sintonia com a autora e o que tenho a dizer é que, até onde li, o livro é fenomenal. Se for colocar isso em termos de destino, eu diria que estou lendo-o no momento exato. Se colocar isso em visão prática, recomendo a qualquer uma que esteja se sentindo inerte e sozinha - e mais um zilhão de outras coisas, que inclusive são citadas no livro.
Auto-ajuda? Talvez. Mas funcional. Garanto.
Se eu tivesse lido na época que comprei, não teria tanto efeito quanto agora. Através de histórias -dessas mesmo, que escutamos de nossos avós ou em rodas infantis - a autora nos ensina sobre a La Loba.
Bem, sou péssima pra propagandas, se não teria feito marketing. Mas o fato é que, bem, pelo livro -e estou apenas começando a lê-lo- vi que, apesar de me sentir com a alma dobrada e amassada, não me é impossível prosseguir em direção à minha liberdade, do carinho por mim e as portas pra essa direção, ela ensina, são minhas próprias cicatrizes. Ninguém falou que é fácil.
E foi por isso que tomei uma decisão revolucionária e estou certa do que quero tanto quanto estive certa um dia que queria ser mãe.
Pasmem desde já. E culpem o livro. Ele foi a lupa pra eu enxergar quão pequena me faço diante de coisas tão simples e quão grande é minha força diante da confusão ao meu redor. O bloqueio se foi. A vontade se instalou. E se tudo der certo, vou começar uma faculdade que mudará todos os rumos da minha vida.
Por enquanto, me preparo, recolhendo ossos.
Uma preguiça que cês nem imaginam, ó.
Fábio
Nessa época, ainda existia os tão bons e saudosos bailinhos nas casas dos amigos. Tentei lembrar como cheguei a conhecer a prima do Fábio, a Sônia. Porque essa história começa nela. Éramos grandes amigas... acho que ela foi minha primeira grande amiga. Quando eu fugi de casa* (ah, eu nunca contei isso? rs), foi pra casa dela que eu fui.
Em tempo: fugi de casa com muita maturidade... deixei bilhete donde eu estaria, veja só. Foi numa época em que tentei morar com a minha mãe, à pedido dela própria, porque ela não estava mais trabalhando fora e podia, finalmente, 'cuidar' de mim. A utopia até que durou uns 3 meses. Não aguentando a pressão e praticamente enlouquecendo com as loucuras dela, fiz uma mala e desci uns quarteirões, rumo à casa da Sônia, em questão. Mas deixei bilhete, explicando tudo. Só voltei mesmo porque coincidiu com o casamento do meu irmão, e ele achou que era por causa dele que eu tinha feito tudo aquilo. Mas 'voltei' pra casa da minha avó, isso sim.
Então. Não lembro como conheci a Sônia, mas foi através dela que conheci o Fábio, porque eram primos. Foi logo depois do episódio do Cláudio. Passei a ficar bem menos com a minha mãe, e a sair mais com as amigas. Tinha 13 anos ainda. Quase 14.
Se estivéssemos falando de um filme, o Fábio seria o mocinho, claramente. Loiro, olhos cor de mel. O único loiro que eu me apaixonei, até hoje. Ele devia ter uns 17. Estava começando a faculdade de Comunicação. E... tinha namorada - com quem casou, e teve um filho. Inclusive, quando eu casei, eles foram no meu casamento e a Kellen tava com o bebezinho no colo.
Foi uma paixão avassaladora. Daquelas de chorar, empapuçando travesseiros. Como ele vivia em pé de guerra com a Kellen, eu sempre tinha uma esperança de que ele seria meu primeiro namorado. Nossa, como eu 'sofri'. Agendas inteiras com nossos nomes escritos. Cartas e cartas e mais cartas pra ele. Acho que a Kellen sempre soube, mas sempre entendeu. Nós sempre nos tratamos bem, até hoje. É, somos todos amigos até hoje....
Foi com a Sônia e o Fábio que tive meu primeiro grupo de amigos: o Tarugo, o Chico, a Telma, O Ernane, o Paulinho, o Roberto, a Daniela, a Siboney (que nome , não?). O Fábio, o Ernane, o Paulinho e o Roberto formavam a Turma da Aliança - usavam uma aliança de prata no dedo mindinho e eram os responsáveis pelas festas mais legais. Um lance bem mais cool que as festas de hoje. Era sempre na casa de alguém, sempre tinha um DJ, rolava das dançantes às lentas (onde nos arrumávamos), pouquíssima bebida alcóolica e muita conversa, muita azaração saudável. Bacana mesmo.
Uma vez, eu e a Sô bolamos nosso Baile Preto e Branco. Fizemos os convites, o traje era obrigatório, claro. Foi na casa dela, e apostei todas as minhas fichas que ali eu ia, finalmente, convencer o Fábio que tínhamos nascido um pro outro, nos beijaríamos, fogos de artifício explodiriam ao fundo, e Piano in the Dark estaria tocando na hora. Ele havia brigado com a Kellen, e a Sô, embora prima dele, me ajudou na empreitada da festa-convence-ele-que-você-é-pra-ele-e-ele-é-pra-você.
Qual não foi minha surpresa quando o vi chegando com a Kellen, de mãos dadas. Quando vi a cena, fui embora pra casa, correndo, chorando, meu mundo tinha acabado. Meus dias eram sofrer. Eu nunca mais seria feliz na vida. Queria morrer. Chorava o dia todo, a noite toda. Foi quando a Sônia veio me visitar e trouxe com ela uma carta do Fábio. Não sei se tenho mais essa carta - é, custumo amontoar passado em caixas- mas recordo-me perfeitamente que começava com um "Se é que houve destino, ele foi meio cruel conosco...."
Foi ali que eu dei uma acordada pra vida, que eu só tinha 14 anos (já tinha feito, nessa altura do campeonato) e que o Fábio gostava mesmo da Kellen. Hoje ele é meu gerente preferido nas Lojas Cem, onde trabalha. Casou-se de novo, com uma entojadinha que não deixa ele nem cumprimentar a gente direito, mas ele continua sendo o mocinho do filme....
O que ninguém provavelmente sabe é que no caminhar dos 14 anos até aqui, uma vez esbarramos num barzinho, coincidentemente, os dois sozinhos. Eu já tinha me separado do pai das meninas, ele já tinha se separado da Kellen, estávamos sozinhos.. com amigos, mas sozinhos. Sentamos na mesma mesa, bebemos, rimos muito aquela noite. Trocamos olhares algumas vezes, mas.... Quando me despedi do pessoal, inclusive dele, e já estava dando ré no carro pra sair da vaga no estacionamento, o vi parado, perto do carro, sorrindo. Sorri de volta, abri o vidro, e ele perguntou se eu podia dar uma carona. Claro, respondi. Sabia de cór e salteado onde ele estava morando novamente: na casa onde fui a anjolescência inteira, dos pais dele. Parei na frente, olhei saudosa pra casa, desliguei o carro. Falamos algumas bobagens, tipo 'é, cheguei' e 'pronto, tá entregue'.
Silêncio.
Olhares.
Silêncio.
Abraço longo.
Olhares.
E o beijo mais macio que eu já dei em toda a minha vida. A boca quente. Lânguida. Macia. Horas mais tarde, eu seguia pra casa, meio bela adormecida, meio princesa encantada, meio mocinha sã e salva.
Finalmente, a cena do beijo com o mocinho saiu. Uns 10 anos depois.