15 abril, 2006

Nem sou muito chegada, mas me lembro que, certa vez, em uma aula de Português, a professora explicou sobre textos conotativos e textos denotativos. Aí, entrava uns montes de outras derivações: pollissemia, ambigüidade, aliteração, poesia e tantos outros. (Incrivelmente eu lembro disso!)

Daí, que nessa aula, eu -falante até umas horas, participante até dizer chega, uma cdf assumida e despreocupada- disse que a Bíblia, então, era o livro mais conotativo que existe. Ela, a professora, se empolgou, disse que sim, que era mesmo, e talvez por isso há tantas facções religiosas e tanta guerra em nome de Deus: porque, no meio de tanta conotação, entende-se o que bem quiser. Enfim.

Lembrei disso hoje, ao pensar que Páscoa, infelizmente, virou mais uma data comercial e que muita gente nem imagina o por quê o coelho, do ovo de chocolate, do por quê do 'não comer carne'. Eu como carne normalmente porque acho que o 'buraco é bem mais embaixo', mas há quem 'respeite' e seria legal todos saberem da 'verdade'. Verdade em aspas, claro, porque a minha verdade pode não ser a sua e assim por diante. Digo isso não generalizando, mas para um núcleo pequeno, no meu caso, aqui em casa... no máximo, ali na casa da minha avó, ou na de um amigo cabeça aberta. Religião é complicado. O que me lembra também isso aqui.

Não sou, nem de longe, a filha exemplar que Deus deseja. Mas também não sou, de perto, tão ruim assim. Hoje em dia, a Raquel também já sabe de muitas verdades escondidas atrás dos ovos de chocolate. É bacana saber que elas vêem que é um dia bacana, de oração, de família, de respeito; por mais difícil que seja trilhar um caminho de fé com elas.

E quinta, quando eu saía do trabalho, um colega me desejou 'Feliz Natal'. Sorri, voltei, abracei-o e vim, introspecta (taí uma época que fico muito introspecta. A outra é meu aniversário.). É bem isso mesmo. As coisas começam a se encaixar, no momento que vc abranda o coração e deixa a verdade fluir nele. Simples assim.