23 março, 2006

- não fiz nada de útil nas férias... nada! Por falta de grana, não viajei, não visitei ninguém, não fiquei pendurada no telefone com amigos distantes em conversas saudáveis, não fiz 1% do que prometi fazer, fiquei a maior parte do tempo sem computador e, por isso, offline, li pouco, vi muita televisão e pronto: as férias já acabaram. Tão acabando. Enfim.

- na verdade, estou com a sensação de que trabalhei nas férias. A Rafa precisou de muita ajuda em Matemática e quase me enlouqueceu. A professora jumenta não deu um visto no caderno até agora (então não sabemos se o que fazemos está certo ou não - peraê, faz muito muito tempo, e apesar de simples, é matemática, sabe? Há várias formas de fazer as contas e acho que é uma, no fim é outra, uma merda total). Já deu três provas (!!) e quatro trabalhos. O livro é uma droga e não ajuda. É assim: uma página de explicação e 8 de exercícios. Juro, juro. Daí vim ver na internet pra recordar como faz (putis, tive a moral de transformar expressão numérica de 6ª série em expressão algébrica - mas depois me dei conta que faltavam as letras e não precisou me internar O_o) e fiquei 6, 7 horas/dia ensinando-a de uma forma que ela entendesse. E até agora, não sei se os exercícios estão certos. Fui duas vezes na escola falar com a madama-professora e ela não compareceu ao HTPC (Hora de Trabalho Pedagógico Coletivo) - um tipo de horas dos professores com os pais. E invadir a hora de aula, não pode. A Rafa já cansou de entregar bilhetes, em vão. Tou vendo mais um escândalo futuro. Porque lá, depois desse diretor meia-boca que arrumaram, só no berro agora. E com a boca inteira. Pfffff.

- o maricas do meu ex-marido fez o dna da Raquel nas escondidas em fevereiro e até agora nem sombra de mais nada. Disse que me ligaria e necas. Até os pais dele tão curiosos. Eu disse 'curiosidade pra quê?'. Óbvio que ele está quieto, com o rabo entre as pernas. Deu o que todos sabemos que ia dar - ou eu sei, né? O péssimo disso tudo é que eu não posso fazer nada. Ódio.

- mudei pra uma casa mais parecida com uma caixa de sapatos, que é mais seguro sair na chuva do que ficar lá dentro. Só não goteirou (goterou???) no banheiro. Nunca passei tanto medo como ontem. Achei que ia ficar sem telhado. Entrou água na sala. Salvei a cachorra boiando no quintal, que estava com água pelas coxas, quase. As MINHAS coxas. Terrível. Se chover mais assim, como ontem, não sei o que faço. Chuvas de março. Sei.

- estou gripada de fazer gosto.

- meu carro pifou todo - entrou água também.

- minha mãe caiu e rasgou a perna. Papai disse que levou ponto e tudo. Daí eu disse: "Hã. E?" e ele me xingou. Ninguém me entende mesmo.

- meu corpo dói. Ontem eu fui na farmácia.

- que que eu tomo, moço?
- febre e catarro?
- febre, toda noite... muita dor no corpo.
- esse aqui ou esse aqui.
- qual é o mais barato?
- esse.
- qto?
- 17,50.
- e o outro?
- 23,20.
- tenho só 12,00, moço.
- posso dar um desconto, mas de no máximo 20%
- vê uma cartela de resprin, vai.
- não vai adiantar muito....
- mas é o que eu posso pagar....

- e eu só tinha 12 mesmo.

- situação foda, foda, foda. Mas teve tanta gente que perdeu tanta coisa, que nem sei mais, ó. Ouvi hoje no estacionamento: "Pelo menos vc tem um carro pra pifar". Isso me deixa mais puta ainda. Parece que sou milionária, que tenho que justificar meu carro estar com os bancos molhados e o motor pifado sei lá porque e o estacionamento não ter seguro, por ser mais barato. Que tenho que pedir desculpas por ter um carro. Pobre é foda. Daí trabalho com gente que ganha muito, que gasta equivalente meu salário em uma baladinha, e volto pra casa pior ainda. Estranho até. Mundo louco e injusto, isso sim.