29 março, 2007

15/06/1971

Essa terça foi boa. No serviço, algo amoroso começou a sorrir. Eu ando chamando a atenção de homens, coisa que nunca aconteceu. Na aula, fiz prova de Física, mas rodei. Colei tudo do caderno. Colei errado. Não deu.

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20/06/1971

Dia comum. Fui pra roça e lá passei o dia todo. Brinquei muito com as crianças. Comi faizão. Agora vou fumar, pra dar coragem de estudar. Só tenho que tragar.

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30/07/1971

Fui no fórum tirar cópia da certidão de nascimento. Passei a maior parte do dia na casa da titia Mariana onde eu e a Rosa fomos fazer rocambole e saiu pão-de-ló. À noite, fui na Graça e assisti a abertura dos VI Jogos Olímpicos.

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02/08/1971

Dia chatérrimo. Levantei as 4 hrs da manhã e fui no INPS marcar consulta. À tarde, fui no médico e êste me fez um curativo horrível. Vim com a bôca amortecida para a casa e ainda tive que comprar remédio. Após muito esperar, ainda não tinham o remédio. Eu ia para São José ou mandaria a Geny ir, mas esta fez hora e disse que o Pedrinho mandou avisar que vinha falar comigo. Não fui a São José, nem na aula e nem o Pedrinho veio falar comigo.

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Eu conheci essa tia Mariana. Era irmã da minha avó. Na verdade, era Maria Anna. Só soube que era irmã da vovó bem tarde, perto da morte dela já. Já tem uns 15 anos que ela morreu. Visitava a vovó esporadicamente. E pra falar a verdade, eram bem parecidas. Eu que nunca perguntei, e também nunca me falaram. Meu tio chegou a morar com ela, porque a vovó morava na roça ainda, era uma big fazenda, que cheguei a ver uma vez. Meu vó vendeu tudo depois. Me contam que tinha uma venda, o chamado 'empório', tem umas fotos beeem antigas, vendia tudo à granel. Meu tio, que já estudava e era o mais avançado de todos, preferiu vir morar na cidade com a tia Mariana. Até eu chamava-a de Tia Mariana.

Acho engraçado ele dizer que fumava tragando. Principalmente em dias que ele precisava estudar muito. Aliás, quase todos os dias de três anos de diário, ele encerra dizendo que tem que estudar alguma coisa.

Essa parte do curativo eu não entendi bem, mas ele operou alguma coisa no nariz. Vou perguntar pra minha tia, ele não descreve o que é. E essa Geny é a senhora que me pariu. Tem vários relatos sobre ela aqui. Mas não quero que essa aventura se torne entediante. Então, vou indo devagar.

Meo, ele comia faizão. Acho que minha vó fazia. Vou perguntar isso também.

 
28 março, 2007

No meio dos emails a abrir, vi um há uns dois dias, entitulado "Olhos azuis". Basicamente, contava a história de Emmy (acho que é isso), uma garotinha que, embora todos na família tivessem olhos azuis, ela nascera com olhos castanhos. Em suas orações, pedia à Deus os tão desejados olhos azuis de seus pais e irmãos, mas nunca fora atendida. A menina crescera e se tornara uma ativista na Índia, salvando crianças da miséria. Para tal, ela tinha que camuflar a pele com pó de café -já que era muito branca- e se vestir tal como os 'compradores' de crianças, vendidas pelos pais para não passar fome à quem quer que os comprasse. Emmy comprava para o bem, mas havia quem as compravam para todo o tipo de mal, e um dia, uma amiga comentara isso à ela: "Que grande perigo você corre, Emmy. Se inflitra no meio de tanta gente ruim para fazer o bem. Imagine se você tivesse os olhos azuis de teus pais, você não conseguiria se disfarçar para o teu generoso trabalho".

Caberia aqui a piadinha que, muito provavelmente, não existiam lentes de contato coloridas na época da história, mas isso se essa pequena metáfora (ou história mesmo, vai saber) não tivesse mexido tanto comigo,a ponto de me sentir o verme do côco do cavalo do bandido.

Assinado: Polly, a ingrata que se pôs a pensar.

 
20 março, 2007

Uma vez, eu coloquei aqui que trocaria uma parte de minha inteligência por cabelos lisos, nenhuma barriga, e uma pele de dar inveja. Não foi bem assim que coloquei, mas em suma era: trocaria uns 30% de minha inteligência por beleza.

Ando meio encanada com isso.

A impressão que dá -ultimamente- é que todo mundo me ama porque, de alguma forma, posso ajudá-los com minha inteligência.

Péssimo. Péssimo².

Sabe aquelas burronas que vivem beijando na boca, porque não tem nível de conversa? Então. Eu tenho nível de conversa, mas beijo que é bom....

*suspiros*.

 
18 março, 2007
 
15 março, 2007

[bonequinho batendo a cabeça na parede]

Depois de uma conversa com o meu amigo-analista-assexuado no MSN, tomei 3 goles de coragem e convidei o moço pra um papinho mais reservado. E pam!, ele aceitou. Daí pronto, a hora se arrastou, minhas mãos gelaram, me arrependi 5 centésimos de vezes, mas sou brasileira e não desisto nunca manti o convite. Aplausos, por favor.

Criatividade zero:
'sabe o posto de polícia na ponte?'
'umhum'
'me espera lá'

Ok, eu sei, coisa de adolescente de 14 anos. Mas a mámiga está de olho e embora eu não deva nada pra ela, odeio essa pressão de 'vamos ver quem pode mais', ainda mais ela pesando 10 quilos a menos que eu e tendo um poder manipulador invejável e deprimente, assim, ao mesmo tempo.

Pra ajudar, na hora de ir embora, tem um carro que desconheço fechando minha passagem, onde peço para o tio da portaria localizar, e era de (a esposa de) um dos chefes, que ainda, ao invés de tirar a jupiroca duma vez, me pára para fazer perguntas idiotas, tipo se o meu carro tem o hábito de morrer muito, e sobre uns papéis perdidos há milênios, se eu achei. Acho que fui grossa até, mas eu estava de encontro marcado no posto policial (que muito criativo MESMO ¬¬) e ele já tinha ido há séculos antes de mim.

Saí da vaga bloqueada, e me pára uma moça de lá que muito mal conheço, pra pedir uma carona até ali, na avenida. Que porra, entra logo. Eu acho que eu estava tremilicando já de ansiedade, remorso, raiva da carona e dúvidas. Deixo a moça muito perto do local combinado e pá! avisto o moço.

Alívio. Mas lembre-se do título desse post.

Dou a volta, um retorno idiota que inventaram, e nunca demorou tanto. Odeio aquele retorno. Demora umas duas horas pra fazer, cheguei à posterior conclusão. Muito meigamente, abaixo o vidro e sussuro um 'vem'. Pronto, claro, sua tonta: muito obviamente ele pensou que você iria estuprá-lo, ou coisa bem do tipo.

Tento lembrar algumas frases de filme, seriado e afins, até que decido ser eu mesma, enquanto confiro a moto vindo atrás de mim. Orelha de Rapha queimando, a esta altura. Claro. Tenho que culpar alguém, entenda.

Ok, ok. Brilho nos lábios, cabelo em ordem, ajeita esse decote, Pollyanna. Mais umas duas olhadinhas no retrovisor, pra garantir. E ele, lá, tentando decifrar o enigma da louca que convida pra se encontrar no posto policial e depois sussura um 'vêm' sei lá pra onde.

Tudo muito rápido: deixo o carro em frente o estacionamento e esclareço o que quero esclarecer. Você é formada em duas faculdades, mestrada e concluindo o MBA, não é possível que não saiba dizer meia dúzia de insinuações. Veste o sorriso mais bonito e vai lá duma vez, cazzo.

Embiquei o carro na garagem, ele parou logo atrás.

- Você mora aí?
- Sim, moro num estacionamento.

Dãrdi também, né? Tudo bem que dá um certo nervoso mútuo nessa hora sinistra, mas a pergunta foi mais pra idiota do que para nervosa.

- Moro ali - aponto a casa. Mas vou falar contigo aqui mesmo.

Pára tudo. Meninas em casa, nem pensar, ora essa. E o que eu tinha pra falar era muito rápido: 'você é lindo, tou super a fim, na sua casa, que horas?'.

- Então fala.
- er... gasp.
- ...
- Então.
- ???
- *suspiros longos*
- Fala, tou aqui.
- É, eu sei. Obrigada por ter vindo.

Ô-ow. QUE PORRA É ESSA DE OBRIGADA POR TER VINDO? Meu Deus, você já foi melhor nisso. Pensa, pensa. Você até ensaiou essa meleca toda.

Silêncio. Olho pro chão inúmeras vezes.

- Se arrependeu de ter chamado?
- Não! É que...
- ...
- ...
- Que?
- Que eu sou uma pata. Esquece isso. Esquece que te chamei, que tou pagando esse mico, que esqueci qualquer coisa coerente que eu poderia te dizer.
- !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!???????????????????
- Até amanhã.
- Como assim, até amanhã?
- Até amanhã do verbo que burra que sou.
- Você não é burra!
- Sou sim. Agora vai.
- Mesmo?
- Mesmo.

Que mesmo? QUE MESMO? Acho que você está da cor do arco-íris. Manda embora porque perdeu a coragem. Quem te viu, quem te vê.

E claro que ele foi, sem entender picas, porque eu devia estar com uma feição péssima. Agora, insônia. E mil coisas que poderiam ser ditas me passam na cabeça sem nenhum esforço. Mais importante ainda: mil coisas que poderiam ser FEITAS e não foram. Definitivamente, eu não vou pro céu.

[bonequinho batendo a cabeça na parede ao cubo]

 
14 março, 2007

Daí que a Rafa tá assim.

Tá linda, cês sabem.

Passou da minha altura, bem pouco, mas já tira mór onda com isso.
Embora pra me passar, não precise tanto mesmo. ¬¬

Aí que ela vai numas festinhas de vez em quando, na escola mesmo, ou dos amiguinhos de lá. E sempre volta cheeeeia de novidades. Racho o bico. Em uma das tais festinhas teens, três meninos se derreteram por ela ao mesmo tempo.

Então me orgulho, porque ela sabe que é diferente. Que ela pode sempre contar comigo, seja a história que for, por mais cabeluda que for, estarei sempre do lado dela, zelando por ela, incentivando, criticando, apoiando, rindo, vetando, enfim: amigas e tal.

E ela sabe. E me conta. E se sente segura, coisa boa essa.

Mas agora tem um menino apaixonado por ela. Mas apaixonado meiiismo, de dar dó. Deixa recados carentes no orkut e acha que a Rafa não quer nada porque ele já namorou um amiga dela e acredita que ela deve ter queimado o filme dele; mas que ele não é nada disso, que ele quer uma chance pra provar. Um dia, em casa, muiiiiito calor, abro a porta da sala, quem tá de bicicleta parado em frente? Hahahaa. Ficou roxo. Fez um sinalzinho com a mão e sumiu, o pobre. Já o vi várias vezes na rua de casa, mas ele nunca conseguiu ver a Rafa.

Fico pensando ele lá, na casa dele. Daí bate saudades, e ele fica passando na rua de casa, pra ver se a vê. Não é fofo? Mas ela não quer saber, diz que ele é muito bobão. Tadico. Falo que ela não tem o coração bão, hahahaha. E que no fim das contas, ele vai cativá-la. Deixou depoimento pra ela no orkut, com a música da Marina Lima:

Quando a gente conversa
Contando casos, besteiras
Tanta coisa em comum
Deixando escapar segredos
E eu não sei que hora dizer
Me dá um medo, que medo

Eu preciso dizer que eu te amo
Te ganhar ou perder sem engano
E eu preciso dizer que eu te amo
Tanto...

Que nhóóóóóóóóóó.

Então que tem um outro menino de marcação cerrada, e ela dá toco nos dois. Mas um dia confessou que só não deu trela pro outro menino porque o Kelvin tá apaixonado e ela não quer feri-lo. Bom sinal? Hehehe. Eu sidivirto. Ah, e é Kelvin o nome dele. O ex namoradinho era Kelsey. Coisas do destino, rs.

A seguir cenas do próximo capítulo. ^^

 
12 março, 2007


[tks, rê]


Se o vento sopra sem sentido,
as estrelas podem me guiar...
Se eu não te tenho aqui comigo,
nos meus sonhos eu posso encontrar...."

...

Do lado, muito perto, assim:
- Tem que ver o tipo de amortização que ele pediu.
- Do empréstimo bancário, acho.
- Você tem que ter certeza. (algum sorriso aqui, olhos nos olhos e tal)
- ...
- Pega os ativos do cara e vê o que você pode fazer.
- ...
- Entendeu? (outro sorriso aqui, tava na cara que não tinha escutado nada do que falei...)
- ...
- Quer que eu faça? (outro sorriso)
- Você me desconcentra, sabia?
- (roxa)
- Sabia?
- É minha melhor qualidade. (muito sem graça, mas inflada por dentro)
- É, eu já notei. (sorriso, mão tocando a mão, pegando o papel de volta)
- (sem reação e sem nada inteligente para dizer)
- Vou terminar isso aqui longe de você. (sorriso de novo)
- Mas volta logo. (encabulada)
- Combinado. Não aguentaria muito tempo mesmo. (pisc)

nhóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóó.

...

- Amanhã é dia das mulheres, vocês todos me tragam uma rosa.
- (gargalhadas geral)
- É sério, ow!
.
.
.
- Te trago um bombom, rosa não. Pode ser?
- Não precisa, tou brincando.
- Mas eu quero.
- Então tá.
.
.
.
dia 8:
.
.
.
- Quer um tic tac?
- Não ia trazer um bombom?
- Esqueci.
- Tratante.
(risos)

Volto pra casa. Sabia que era papo. Bombom que nada. Até parece mesmo. Por algum motivo, preciso abrir minha bolsinha de canetas. Lá dentro, um 'Serenata de Amor' branco. M--o--r--r--o. Nem dormi, não cabia dentro do quarto de tão grande, eu. Tomara que dessa vez dê certo. *Suspiros*.*Muitos*.

Usa aparelho, contei?
Poisé.

 
07 março, 2007

como a vida é engraçada.

acho que um dos meus piores defeitos é mergulhar demais nas coisas, como por exemplo, nas amizades... depois de um tempo, me estrepo toda, saio toda ralada, daí aparece outra, que cativa, cativa, e me estrepo toda, saio toda ralada. passa "5 minutos", vêm outra que cativa, cativa, e me estr.....

enfim.

eu ja disse aqui um dia que comigo não funciona o tal do 'vivendo e aprendendo', não nesse sentido. nem no sentido de novas paixões também. cousa mais fácil do mundo agora é me apaixonar. aquela negócio de pé no chão não sei faz tempo, embora seja mais minha praia essa racionalidade toda. acho que estou tão carente, tão carente, que me desmancho por qualquer sorrisinho. e o sorrisinho já tem nome, endereço, telefone, moto e vejo todo dia.

enfim.

tá naquela fase de reconhecimento de área e tal. e me pego pensando nisso algumas vezes no dia. daí essa história da amizade imperfeita faz junção e morro de medo de passar tudo outra vez. então, afastei o máximo a mámiga, embora tenha que conviver, mas sei que assim que ela sacar, vai fazer de tudo pra atrapalhar de novo.[deve estar no sangue]... e taí uma coisa que salto fora rapidíssimo: competição.

enfim.

tá um ba-ra-to dar aulas, meu.
acho que vou querer sempre.
tá, já sei, é promessa infundada.
mas ah.
vai saber.

enfim.

enquanto isso vou ali sonhar, sonhar, sonhar E/OU sonhar.

 
03 março, 2007

que semana, hein?

caraca.

ainda tenho que lavar roupa, passar, dar uma limpeza na casa, fazer supermercado, guardar o que comprar, faxinão no banheiro, fazer as unhas, hidratar o cabelo, depilar, dar atenção pras meninas, pagar as contas, preparar aula, fechar uns relatórios, fazer umas ligações, visitar os blogs amáveis, escrever, cozinhar, congelar, aguentar minha mãe, visitar minha avózinha, tentar ver o último capítulo da novela que ontem necas; aiai.

hoje só amanhã.