29 setembro, 2006

- Pessoas que não tem problema nenhum com os cabelos. Lavam sem escolher muito o shampoo, secam ao natural, e ficam explêndidos.

- Pessoas que são amigas dos ex-namorados. Tipo 'super-amigas'. Toleram as (os) atuais, saem juntos, essas coisas.

- Pessoas que comem espaguete ao molho sugo e não respinga nada na roupa e nem sujam a boca.

- Mulheres que ficam de batom o dia todo.

- Pessoas que não esquecem aniversário nem do papagaio da vizinha.

- Pessoas que ficam super sexy num jeans e camiseta branca.

- Mulheres que não tem TPM.

- Mulheres que ficam rodeadas de homens lindos, tem um papo ótimo, mas adora a solteirice e a independência....

- Qualquer ser-humano que fale em público numa boa.

- Qualquer um que corre 10 kilômetros de manhã, antes do café da manhã.

- Qualquer um que não fica ansioso antes de um encontro.

- Mulheres que tem a pele do rosto ma-ra-vi-lhosa, nem um pontinho vermelho ou preto.

- Pessoas que conseguem viajar pra um fim de semana na praia com uma micromala.

- Qualquer um que acorda e dá bom dia ao dia com voz de passarinho.

Tou meiga hoje, notou?

 
25 setembro, 2006

Eu sei que sou uma mulher cheia de outras mulheres dentro de mim. Sempre comentei isso por aqui. Mas de algumas delas, eu tenho medo. Falo sem pensar, e em consequência disso, as palavras são atiradas ao ar como gumes, e claro que machucam. Muitas vezes, o pedido de desculpas não vêm de imediato, às vezes, nem vêm mesmo.

Acho absurdo as pessoas que pensam que pode fazer o que bem quer, porque existe o pedido de desculpas pra depois. Eu evito pedir desculpas, não que eu não ache válido, óbvio que é; mas tento manter-me de uma forma que eu não tenha que pedir desculpas depois. Evito antes. E isso dá um trabalho tremendo, confesso. Fico sempre na expectativa de agradar e me sinto péssima quando erro, mesmo sabendo que sou falível.

Daí vêm essa mulher, que na maioria do tempo está escondida, e solta uns berros bem dados, dá as costas e sai marchando. Se ela me assusta, imagino o quanto assusta também as pessoas que me rodeiam e vivem a lidar com a mulher decidida, porém doce, meiga.

Aconteceu de novo esses dias. Depois de uma série de desilusões, enganos, confusões na semana; ao pedir uma anistia no trabalho, recebo um não com resposta, sem ter a chance de ao menos conseguir terminar a frase do porquê eu reinvidicava aquilo. Não era à toa, não sou uma desinteressada. Mas nem quiseram escutar. Esbravejaram na minha cara. E a outra apareceu.

Eu tinha me mantido calma até o exato momento que senti gotas de saliva me alcaçarem no grito que levei. Aí, não teve jeito. Limpei meu rosto e disse tudo que eu tinha que dizer, em alto e bom tom, deixando muitos de boca aberta. Inclusive o esbravejador. Porque é muito fácil lidar com pessoas doces, gritar com elas. Agora, grite com quem está gritando com você. Nem todos têm a ginga pra tal. Acostumados a gritar sempre, se acuam perante a revida.

Falei que não estava pedindo nada demais, e que merecia, ao menos, ser ouvida até o fim. Que naquele lugar só tem chefia para coisas banais, ao alcance de um grito, mas na hora que o assunto é barra pesada, os chefes somem e resolvemos tudo sozinhos. E que eu não deixava minhas filhas sozinhas em casa para levar grito de chefe na cara, porque muito ciente da minha capacidade, sei que não é necessário essa posição imperativa. Pedi pra ser escutada, não fui, agora que me escutasse.

Estou cansada de engolir um cacetilhão de sapos por dia e se nem meu pai grita comigo, aquele senhor muito menos. Me devia desculpas, estaria esperando, e se ele não sabe lidar comigo, que aprenda. Porque cansei de manter os ânimos toda vez que há estresse. Cansei de ser as costas largas. Cansei. Já me demiti desse lugar uma vez, nem pestanejo em me demitir de novo. Que pensem nisso. Porque uma em mim faz questão de evitar ter que pedir desculpas, mas essa faz questão de que peçam.

 
24 setembro, 2006

Entrando no quarto ano de blog, ainda em fevereiro, inauguro então o quarto template, feito em quatrocentas mãos, porque nessas horas, tem amiga que fica mais de 4 horas me ajudando.

Tcks Cauks, Rapha e .

Espero que gostem. Uma versão mais colorida.
 
23 setembro, 2006

Acordei com o barulho insuportável da carreata avisando que o comício do Luís Inácio Não Sabia de Nada Lula da Silva será às 17:00h, hoje, no Pátio dos Trilhos. Odiei cada carro, cada buzinada, cada pessoa ali. Pior do que ser acordada por buzinas de uma carreata, é ser acordada por buzinas de uma carreata prol Lula.

Nojo
 
21 setembro, 2006

Ele tem os olhos mais negros que jabuticadas. Eram bem bonitos. Pela timidez que os momentos juntos proporcionava, ela nunca tinha olhado tão profundamente naqueles olhos. Mas o sorriso ganhava de longe. Sorriso. Ela sempre fora adepta de sorrisos bonitos tanto quanto é decepcionada por não possuir um também, nem com os seis anos de aparelho ortodôntico. E o sorriso dele era daqueles assim, absolutamente perfeito.

Estavam os dois, sentados dentro do carro dele, no estacionamento. Ela, como era de se esperar, tagarelava, porque estava nervosa. Tagarelar era a única saída para que o silêncio não predominasse. Aquele silêncio. Medo do silêncio, ela tinha. Então falava da aula anterior, do dia quente, da economia do país, da droga do governo, do lugar, da família, dos problemas de saúde, da cor do esmalte, falava, falava, falava.

E ele, claro, escutava, pacientemente. Concordava, opinava, interagia. Um gentleman. Ambos sabiam o que queriam. Mas ela, aparentemente, muito mais. Não o tirava mais da cabeça. Ele a perseguia pra onde quer que fosse. Trocara alguns torpedos, mais corajosos que aquela conversa. Só que nunca teve resposta. Não em palavras ou letras. Sentia a resposta quando o via. A aproximação era sempre intensa. No pouco tempo que se encontravam, o silêncio (esse mesmo, da qual ela fugia agora) predominava. Um dia, chegou repentinamente e o abraçou. Bastava o gesto. Saía feliz com o calor e o perfume impregnado na roupa dela.

Ele já era adepto do mistério e aquilo a incomodava demais. Chegou a cogitar a hipótese de se afastar, mudar os cursos, não sabia mais lidar com essa coisa de perseguição, de enlouquecer de tanto pensar na pessoa, de perder o sono, de escrever cartas que nunca serão entregues. Se via apaixonada por um homem que mal conhece. Justo ela, tão regrada. Mas estavam, finalmente, ali. Frente à frente, respirando um mesmo ar.

Ele também contou muita coisa dele. Haviam se passado umas três horas. A faculdade ia fechar, a razão veio à tona. Decidiram tirar os respectivos carros de lá de dentro, e ela saiu em busca do dela. A chave nem queria entrar no segredo, o alarme disparou com ela dentro, havia se esquecido. Quando, enfim, conseguiu estacionar do lado de fora, ele veio até ela dessa vez. Bateu no vidro. Ela abriu a porta, esperançosa que tudo ia dar certo, era só se acalmar. Foi quando notou que ele não ia entrar. Então, ela prestou atenção.

- Eu tenho namorada. - ele disse, sem nem conseguir olhar pra ela.

 
18 setembro, 2006

lavar louça é a pior coisa do mundo.
saudades de ver tudo ajeitado.
mas muitas saudades mesmo.

a rafa anda folgada que só.
crendospai.
tá de castigo por um mês, decretado ontem.
e de mal comigo de novo.
aborrescentes.
mas quá.

ando apaixonada pelo nickelback.
tipo super apaixonada.
vou no carro cantando bem alto, igual uma louca.
e é a única coisa boa a ser contada por aqui nesses dias.

as coisas andam bem estranhas.

 
17 setembro, 2006

... mas essa tá uma uva!

Horóscopo semanal - de 18/09 a 24/09/2006

Gêmeos - 21/5 a 20/6
Atividades intelectuais e comerciais estarão aquecidas no início da semana que também promete mais diálogo no relacionamento afetivo. Entre quarta e sexta, questões familiares e de moradia serão resolvidas mais facilmente. A entrada do Sol na sua área da paixão, prazer e criatividade, por onde já transitam Marte e Mercúrio, tornará esta fase divertida e cheia de novidades. A partir de sexta, a Lua também inspirará mais amor à vida, criando uma atmosfera romântica em torno de um novo encontro. Alimente os desejos do coração e da alma.

ai, ai.

 
15 setembro, 2006

Ela já estava mal, porque, há dias, não o via. Já culpava o destino, a imaginação fértil, tá vendo só, retrucava, não era nada disso que imaginava ser.

Por quase uma semana, sentia a dor do vazio dentro do peito, porque não encontrava-o mais, por corredores, entrada, saída, hall, pátio, nada. Arregalava os olhos a cada troca de aula, esticava o pescoço no meio da multidão em busca da visão que a faria tranquila. Porque só vê-lo, a tranquilizava.

Um dia, onde teria todas as aulas, voltava cabisbaixa pro andar, envolto à esses mesmos pensamentos, quando sentiu um perfume conhecido no ar. Nem deu tempo de procurá-lo. Ele já estava bem perto, ao toque do seu braço, nem precisou virar o pescoço.

- Vamos, vou te raptar. - ele disse.

Nem pensou duas vezes. Desceu as escadas correndo, de mãos dadas com ele, em direção ao estacionamento. Um turbilhão de coisas boas a invadiu. Foda-se o mundo. Vamos. Logo.

 
13 setembro, 2006

Eu acho que tou achando demais, sabe?
Então. Mas as informações é de maluquecer mesmo.

.:.:.:

Acordei 5 e meia da madrugada. Não porque eu quisesse, mas porque eu perdi o sono mesmo. Sonhando acordada, mas não consigo dormir direito. Sintomas.

.:.:.:

Você tem noção do que é fazer comida às 6 da manhã? Estranho, muito estranho.

.:.:.:

O pior de tudo é que tem que ir trabalhar já com esse sol ardendo na lata. Poutis.





:: 11 de setembro, 2006 ::
Come please I’m callin’...

And I’ll show you what I can be
Say it for me
Say it to me
And I’ll leave this life behind me

 
08 setembro, 2006

Terceira edição do 'Eu daria gostosinho', agora com atores nacionais... Vale frisar que nessa edição não vale muito a colocação, não tenho prediletos, então não tem 'lugar', com exceção do Rosa, hohohoho. Tá vendo como levo esse negócio a sério? Isso que dá estar sem namorado, caminhando contra o vento, sem lenço, sem documento. Vamoquevamo.

5 - Fábio Assunção

4 - Rodrigo Santoro
Image Hosted by ImageShack.us

3 - Cauã Reymond
Image Hosted by ImageShack.us

2 - Henri Castelli
Image Hosted by ImageShack.us

1- Murilo Salve Salve Rosa, muito antes dele patinar no gelo
Image Hosted by ImageShack.us


Eu daria gostosinho, bônus: Gianne
Image Hosted by ImageShack.us

 

E ela, parada na porta da sala, pensando na aula chata que teria nas próximas horas, arrependida por não ter ficado em casa, devido às poucas pessoas que foram, de repente, sente mãos tampando seus olhos por trás, um perfume conhecido no ar e uma felicidade invandindo a alma.

- Mãos geladas! - ela fala.
- Perfume bom. - ele sussura ao pé da orelha direita dela, fazendo um arrepio percorrer-lhe a costela.
- O meu? - ela titubeia, com ele ainda com as mãos tampando os olhos dela.
- Seu cheiro. Seu cheiro é bom.

Quando ele solta as mãos dos olhos dela, num ligeiro movimento a rodopia, de forma que ela fique de frente pra ele. Estão tão pertos, que mais uma vez, ela estremece. Não sabe onde põe as mãos, nem onde olha. No desespero de algo melhor que encará-lo, o abraça. Ele retribui. Ela, com o coração aos pulos, conclui que está realmente apaixonando-se. Ele, ao olhar pra ela novamente, diz:

- O que você anda fazendo comigo? Não páro mais de pensar em você.

Estão próximos ao ponto de um beijo, do qual ela foge, de novo.

 
06 setembro, 2006

Pra começar, primeiro tem que entender que o papo foi pelo Gmail. E no Gmail eu converso raramente. Tanto é que minha mensagem lá era: "Mas ninguém fala comigo por aqui mesmo...". E foi assim que começou. Notas ao decorrer do papo informarão o que for preciso....


15:36 Ricardo: Enquanto não mudares a mensagem, continuarei a cumprimentar: BOA TARDE!

mim: hahahahahahahahaha. vou mudar. péra.

15:37 Ricardo: vai mudar, ai eu respeito o NAO INCOMODE na sua janela, rssss

(...)

Então, esse 'mim' aí, trata-se da pessoa que vos fala. Meio índio, eu sei. Mas vai reclamar com o Gmail. Mudo a mensagem para "Não posso reclamar. O Rick fala comigo"

(...)

Ricardo: vai mesmo deixar assim? hehehehe
mim: rs, vou.
Ricardo: lisonjeado fiquei, rs
mim: =P
Ricardo: ;-)
mim: ;)
Ricardo: hmmm... o seu icone é sem nariz. o meu tem nariz. ahahaha
mim: o meu é aleijado. O_o
Ricardo: olha, isso dah um power point
mim: filófoso. rs.

(...)

O lance do Power Point é que aprendi a fazer PPS odiáveis e escolhi algumas vítimas que receberam minha obra. Fiz a partir de um livro que ganhei da Al, mas ao digitar 'filósofo', digitei 'filófoso'. Mas só o Ricardo respondeu, notando o erro. Então.....

(...)

Ricardo: se eu estiver incomodando, me avise hein! é um pecado internetico invadir a privacidade de quem poe um icone de OCUPADO no gmail.
mim: vc é um fofo, rick. na hora que não der, eu falo, ou calo, daí vc entende. As vzs tem que sair daqui, nem dá pra avisar
Ricardo: olha... do alto de meus 66 kg fico lisonjeado, hehehe. nao vou falar q vc é fofa pq mulher nenhuma entende um elogio desses, ahhaha
mim: HAHAHAHAHAHAHAHAHAHA. vc sabe que soua Polly, né?
Ricardo: sei sim. polly mattos
mim: é, só quis garantir. rs

(...)

Ricardo: quer dizer q ninguem fala contigo no g-mail? eu falo com 2 pessoas. tenho 100% a mais de amigos q vc, rsssss
mim: vendo por esse ângulo... rs ... as vzs fala alguém, um oi. mas geralmente NÃO VEJO. Culpa minha mesmo, rs
Ricardo: hmmm. conclusao apressada: vc tem muitos amigos... ...mas os despreza, ehehhehe! (conclusoes apressadas sao um perigo)
mim: rsrsrs

(...)

mim: o messenger (MSN) é escandoloso. Lá eu vejo.... ops... doloso=daloso
Ricardo: olha, nao precisa corrigir seus erros de digitacao. eu erro 10 vezes mais q vc e vc me entende, ehehehe
mim: então combinemos... não corrijamos mais, que se vc entendeu meu filófoso, vc entende todo o resto... rs
Ricardo: combinadio... e de agora em diante, vou lhe dar um titulo: vc passa a ser considerada minha amiga-filófosa. especialista em filofosia ... (seja lah o q for isso, rs)
Ricardo: cada um na sua... eu queria ser fotófrago... adoro fotofraguia
mim: ai, morri.... gente do céu, altas gargalhadas.
Ricardo: tadinha! faceleu???? pobre facelida
mim: meu, ce tem falicidade de esvrecer assim . rs
Ricardo: pra quem tem disxelia é mozela!
mim: ahahahahahahahahahahaha.
Ricardo: eu era pequeno e bati a caceba na pridava

(...)

Ricardo: vc estah rindo? eu trabalho com um cara meio fanho nunca entendo o q ele diz ... nunca na primeira
mim: aqui tem um com a língua presa, o apelido dele é mangueguinha
Ricardo: vc trabalha com o Presidente da Republica???
mim: HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA VC NEM DEIXA TERMINAR, RS... SOCORRRROOOOO.
Ricardo: rsss
mim: então, a mangueira do carburador do carro dele deu problema.... estavam passando e perguntaram: o que aconteceu, Aurélio?
Ricardo: e ...?
mim: e ele: é a mangueguinha do carbugagor.
Ricardo: ahahahah
mim: daí pegou.
Ricardo: eu tinha um amigo q falava assim... fabinho ... fabinho-troca-letras... droca-legras

(...)

mim: ce tem que idade, rick?
Ricardo: :-( estavamos indo tao bem, ahahahhah! mental ou fisica? rs
mim: HAHAHAHAHAHAHAHAHHAHA ... ai, curiosidade só....
Ricardo: mental, uns 16, acho eu ... fisica, 39 ..... ok, nao vou mentir. .. mental, uns 13. a fisica é isso mesmo.
mim: eu sei que vc é um amigo querido da rê, ponto. O resto não sei nada ... acho que nunca conversamos assim
Ricardo: a re do kit, né?
mim: kit?
Ricardo: perai !!!!!!!! qual re????
mim: putis, que ricardo é vc?
Ricardo: risos!
mim: hahahahahahahahahahahah
Ricardo: acho q vc nao sabe com quem estah falando!!!! hahahahah... agora quem esta rindo sou eu
mim: tenho a impressão que não mesmo, hahahahahahahaha
Ricardo: homem-baile
mim: oi, ricardo ... hahahahahahahahahahaha
Ricardo: nossa
mim: vc não é o ricardo que penso, rs
Ricardo: em 2 segundos ficou formalissima! ahahahahah

(...)

O papo continuou até mais um tempão. Ri tanto que deu crise de tosse depois. Da situação, e do papo. Taí, Rick. Só não contei os detalhes sórdidos, porque sou uma moça de blog P&B com uma reputação a zelar.... hahahahahaha

 
05 setembro, 2006

Um frio, de congelar os ossos. Ela, com o rosto escondido no cachecol, procurava pelo reitor desde a hora que chegou, em vão. Olha pras mãos com unhas por fazer, e pensa como anda desleixada. Há dias, não consegue concentrar uma só idéia, há dias anda no automático. E enfiada até o nariz dentro do cachecol, se encolhe num canto pra ler, pra passar o tempo que falta pra última aula, quando...

- Tem alguém atrás do cachecol?
- Oiiii.

Ela faz que vai levantar, mas ele se senta ao lado dela. Calafrios percorrem a espinha, de tão perto que ele está. De repente, nem frio está mais. E os calafrios persistem em passear do quadril às mãos. Ela perdera a noção de o quanto isso é bom.

- Estava bom o bolo?
- Uma delícia. Me esbaldei.
- Que bom que gostou.
- Que bom que lembrou de mim.

Aqui, ela tenta sorrir, mas nota que um sorriso já está tatuado no rosto dela, desde quando ele surgiu. Assim, naturalmente. E só sai do rosto quando ele se vai. Nem requer forças, nem habilidades. Instantâneo. Chegou, sorriu.

- Difícil lembrar, porque nunca esqueço - ele finalmente conclui.

Ela olha demoradamente para os olhos dele, brilhantes e, pela primeira vez, a comunicação do silêncio impera. Em qualquer filme romântico, essa era a hora propícia do beijo. Mas na vida real, ali, bastou o olhar para entender todo o resto. Ela levanta, com a ajuda dele, e o sorriso continua estampado, em ambos os rostos.

- Temos que ir - o silêncio se rompeu, mas a magia é inquebrantável.
- É.....

.....

Quando ela está na metade da ala dela, escuta seu nome e vira. É ele, de novo.

- OK, vou ser direto.
- OK.
- Quem dá o telefone primeiro? Você ou eu?

 
02 setembro, 2006

Então que a Rafa usa um cordãozinho com um pingente de coração, que o namorado deu. E ele, claro, usa a chave que encaixa perfeitamente no coração. É um tipo de 'compromisso'. Na minha época, eram alianças de prata, hoje é mais fashion as coisas, enfim. Daí que ela contou que um garoto da escola perguntou à ela:

- E esse coração aí, quem tem a chave?

Ela respondeu que o namorado, claro... que pergunta mais imbecil. Então, o garoto conclui:

- E eu? Posso ter a cópia?

Ge-ni-al. Minha filha leva cantadas de garotos de 13 anos melhores que qualquer marmanjão barbado poderia fabular ...

 
01 setembro, 2006

No último dia que o viu, ela disse que mataria por um pedaço de bolo de chocolate naquele exato momento. Ele olhou bem profundamente nos olhos dela e sorriu, tão bonito, que a desconcertou. Deu uma desculpinha pra voltar pra sala, cabisbaixa, e muito provavelmente, com as bochechas vermelhas. Sentiu o rosto queimando. Ela tinha certeza que tinha ficado vermelha. Ficou, sim.

Depois de alguns dias sem vê-lo, reencontrou-o hoje, no corredor. Vindo de encontro, sentiu o perfume. Retribuiu o 'oi', o formal aperto de mão, e fingiu que procurava algo na bolsa... perdia completamente a maturidade diante dele.

- Eliminou tanta matéria, que mal a vejo ultimamente.
- É. Quem manda estudar a vida toda? - ri, sem graça.
- Quase contratei um detetive pra saber que dia estaria aqui.
- É mesmo? .... Quintas, sempre. Algumas segundas. Alguns sábados. Mas era só perguntar.
- Agora eu já sei. Já descobri, melhor falando.

Riram. Juntos. De novo. Ela o olhava quando ele sorria. Era tão bonito.....
Como é possível cheirar tão bem e sorrir tão perfeito? Deus! - ela pensava.

Quando, finalmente, ela volta a si, vê que ele está esticando um potinho à ela. Da onde saiu aquele potinho? - ela se perguntava, quando ele interrompeu:

- Não sou nenhum chef de cozinha, mas fiz pra você.

Ela, sem entender quase nada, e preocupada se ele estava notando o coração dela saltando dentro do peito, pega o potinho de tampa azul da mão dele e abre.

Era um farto pedaço de bolo de chocolate.