Ela já estava mal, porque, há dias, não o via. Já culpava o destino, a imaginação fértil, tá vendo só, retrucava, não era nada disso que imaginava ser.
Por quase uma semana, sentia a dor do vazio dentro do peito, porque não encontrava-o mais, por corredores, entrada, saída, hall, pátio, nada. Arregalava os olhos a cada troca de aula, esticava o pescoço no meio da multidão em busca da visão que a faria tranquila. Porque só vê-lo, a tranquilizava.
Um dia, onde teria todas as aulas, voltava cabisbaixa pro andar, envolto à esses mesmos pensamentos, quando sentiu um perfume conhecido no ar. Nem deu tempo de procurá-lo. Ele já estava bem perto, ao toque do seu braço, nem precisou virar o pescoço.
- Vamos, vou te raptar. - ele disse.
Nem pensou duas vezes. Desceu as escadas correndo, de mãos dadas com ele, em direção ao estacionamento. Um turbilhão de coisas boas a invadiu. Foda-se o mundo. Vamos. Logo.