15 abril, 2004

Quando amar significa sofrer, estamos amando demais. Quando grande parte de nossa conversa com as amigas é sobre ele, os problemas, os pensamentos, os sentimentos dele, estamos amando demais. Quando nossa conversa começa aproximadamente com todas as frases se inciando com ele, estamos amando demais.

Quando desculpamos sua melancolia, o mau humor, indiferença ou desprezo, como problemas devidos a uma infância infeliz, e quando tentamos nos tornar sua terapeuta, estamos amando demais.

Quando lemos um livro de auto-ajuda e sublinhamos todas as passagens que pensamos poder ajudá-lo, estamos amando demais.

Quando não gostamos de suas características, valores e comportamentos básicos, mas toleramos pacientemente, achando que, se formos amáveis o bastante, ele irá modificar por nós, estamos amando demais.

Quando o relacionamento coloca em risco nosso bem-estar emocional e talvez até nossa saúde e segurança física, definitivamente estamos amando demais.

Apesar de toda a dor e insatisfação, amar demais é uma experiência tão comum para muitas mulheres, que quase acreditamos que é assim que os relacionamentos íntimos devem ser. A maioria de nós amou demais ao menos uma vez, e, para muitas, está sendo um tema repetido na vida.

Algumas nos tornamos tão obcecadas por nosso parceiro e nosso relacionamento, que quase não somos capazes de agir. Devemos ver o motivo, já que o relacionamento não satisfaz nossas necessidades, mas temos tanta dificuldade em acabar com ele. Veremos que amar se torna amar mais ainda quando nosso parceiro é inadequado, desatencioso, inacessível e, mesmo assim, não conseguimos abandoná-lo - de fato, nós o queremos, precisamos dele ainda mais. Um vício.

Vício é uma palavra assustadora. Ela evoca imagens do dependente de heroína espetando agulhas nos braços e levando uma vida autodestrutiva. Não gostamos da palavra e não gostamos de aplicar o conceito à forma de nos relacionarmos com homens. Mas muitas de nós fomos viciadas em um homem e, como qualquer outra pessoa viciada, temos que admitir a seriedade de nossos problemas para que possamos empreender a recuperação.

Se você já foi obcecada por um homem, você deve ter suspeitado que a essência daquela obcessão não era amor, e sim medo. Medo de estarmos sozinhas, medo de não termos valor nem merecermos amor, medo se sermos ignoradas ou abandonadas. Damos nosso amor na esperança de que o homem por quem estamos obcecadas cuide de nossos medos. Ao invés disso, os medos e as obsessões aprofundam-se, até que dar amor para obtê-los de volta se torna uma força propulsora em nossas vidas.

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Esse é um trecho do prefácio do livro Mulheres que Amam Demais* - Robin Norwood, Editora Arx. Levei muito tempo para lê-lo... tinha frases que apunhalavam-me a alma... fechava o livro, e recomeçava a leitura em outra época, como a própria autora ensina. Recomendo e digo mais: a leitura desse livro pode salvar vidas... acredite.

(Na novela Mulheres Apaixonadas, o termo foi abordado, por causa da personagem Heloísa. Comentou-se sobre o MADA (Mulheres que Amam Demais Anônimas), mas nada foi dito sobre o livro, infelizmente. Mulheres que amam demais não singulariza somente a situação da Giulia Gam na novela... no livro, encontram-se respostas para muitas dúvidas, e ao terminar a leitura, desde que seja feita de uma forma honesta com quem está lendo, guardamos o livro na estante livres de muitas interrogações que foram impostas grotescamente em nossa alma. É isso.)

 
da Polly Mattos | às 3:35 PM |


4 Comments:


At 23 de setembro de 2009 às 18:12, Anonymous Anônimo

gostei muito desse trecho desse livro é uma grande verdade que a maoria das mulheres inclusive eu passa por não ter certeza que o homem que vivemos é realmente o certo ,se apenas um medo de perde-los e ficar sozinhas ou se realmente amamos demais.

 

At 7 de janeiro de 2011 às 08:27, Anonymous Anônimo

Já pedi o livro, fui rejeitada durante meses, humilhada, todas as culpas de um casamento falho recaíram sobre mim, mas depois de outras decepções, estou pronta para por um fim se for presico, assumindo todas as culpas mas não me importando com elas, já que a maioria dos homens são covardes e quando querem terminar um relacionamento poucos assumem sua vontade.

 

At 13 de agosto de 2012 às 03:03, Anonymous Anônimo

não sei direito o que pensar nem falar,assumo,sou uma mulher que ama demais,sofro muito,pois todos os meus relacionamentos terminam,quando a pessoa que está do meu lado começa a reclamar de falta de privacidade e perseguição. as vezes penso que vou enlouquecer,pois acho que nunca vou conseguir ser feliz com ninguém.preciso de ajuda,mais não sei onde procurar!

 

At 29 de agosto de 2021 às 14:03, Blogger Permita-se!

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