02 novembro, 2006

Sou fã de ER. Vejo todo santo dia, em algum horário que der, e tenho a sensação de que são pessoas que fazem parte da minha vida. Fico manca se perco algum dia, mesmo que reprise e pela duzentésima vez.

Dia 9/11 começa a 13ª temporada, onde finalmente saberei se a Abby perdeu o bebê ou não - entre outras coisas mais. Acho que a personalidade montada para o Dr. Carter a coisa mais fofa do mundo e bem perto do homem ideal ao meu ver - sem relação à ele ser milionário, com relação à ele ser milionário e completamente desprendido à isso.

Atualmente, ando muito chateada com a Abby nas reprises, que não nota o amor do Carter por ela - e que acaba nos braços e grávida de Luka, temporadas depois, muito mais cretinão e complicado que Carter. Muito mais bonito também... rs. Aliás, o amor de Carter é sempre extremo, uma doçura de se ver. Quando ele se envolve com a médiquinha Kem (tamanho meu desprezo por ela), eu passava mal até. O amor dele por ela era absurdamente superior à tudo, inclusive à ela mesma - fato comprovadíssimo quando eles perdem o bebê e ela não aguenta a pressão e volta pra África, se negando a ficar com ele ou até mesmo à ida dele com ela - sim, porque ele larga tudo por todos. Na atual reprise, onde ele ainda namora a Abby, ele deixa as férias dele (tinha acabado de chegar na praia!) porque o irmão dela some e a mãe dela não é de muita ajuda - os dois são bipolares, e Abby lida muito mal com isso tudo, liga pro Carter, que volta ajudá-la.

O que me fez escrever esse post são os detalhes. Porque assistindo tanto e tanto, sou também uma personagem lá e eles são personagens aqui na minha vida também. Nunca gostei tanto de uma série como gosto dessa. Então noto umas coisas loucas como o fato da Sam (enfermeira) ter carro, mas a Drª Corday (cirurgiã) vai embora de trem. Tanto em ER quanto em Greys Anatomy (que não consigo me apaixonar, Cau...) um negro se relaciona com uma japonesa.

Em ER, já assisti episódios de marcarem a alma, como no dia que o já falecido Dr Romano se humilha para o diretor do hospital para continuar na sua função (já deteriorada pelo fato de perder o braço num acidente com helicóptero e não se adaptar ao braço mecânico) e da paixão dele pela Drª Corday. O dia que Dr Mark (marido de Corday) morre vencido pelo tumor no cérebro, e Carter lê o fax enviado por ela anunciando o falecimento à todos presentes no plantão. A luta de Carter pra Kem aceitar o filho, já morto; e depois a aceitação de novos relacionamentos depois da partida dela. Os episódios na África com Luka, Pratt e Carter. O aborto espontâneo da Drª Kerry (lésbica) casada com uma paramédica, que temporadas depois tenta a gravidez e consegue, mas também morre, deixando Kerry numa guerra em busca da guarda do bebê contra os pais da parceira. A morte de Gallant na guerra (soldado-médico), marido de Neela. Sem contar com todos os casos especiais dos pacientes, com o fracasso no tratamento de uns e vitória em outros.

Ontem reprisou o episódio onde um paciente com câncer nos testículos é obrigado pela mãe a párar a quimioterapia e receber alta do hospital. Como lhe resta pouco tempo, mesmo com a quimio, ele aceita, porque o câncer está espalhando-se rapidamente. Esperando pelo táxi para ir embora, conversa com a Drª Susan, e conta que tem desejos idiotas antes de morrer, como se embebedar, namorar, casar, ter filhos, fazer windsurf. Comovida, Susan diz que windsurf é loucura, mas que ela poderia ajudar numa outra coisa. Dispensa o táxi e o leva para um parque de diversões, onde acabam se beijando na roda-gigante.

Se um dia ER acabar, ou um dia eu tiver que cancelar de vez a tevê paga, ou se eu nunca mesmo conseguir comprar as temporadas, vou sofrer um bocado de saudades de todas essas histórias. Ah, vou.