17 outubro, 2006

Minha tia queria fazer seilámaisoquê no shopping e subiu na minha sala pra ver se eu poderia acompanhá-la. Ela estava com a Rafa e acho que só queria dar umas voltas mesmo, afinal é raríssimo uma segunda-feira que ela esteja de folga e, coincidentemente, ela chegou numa hora em que eu podia sair - e essas horas estão cada vez mais em evidência, dá até medo.

Como o shopping nem é tão grande assim, em 20 minutos já tínhamos visto tudo. Eu, como sempre, verde-babando nas sandálias, e sem um puto pra esbanjar. Até sabia que minha tia devia ter a$gum ali, mas ela também nem se manifestou, a *vaca*.

Então, pra passar o tempo, 'fomos' tomar um sorvete. E nem de sorvete eu gosto, então acompanhei-as, mas não quis nada. Daí que a gente começou a reparar na Rafa, o quanto cresceu, tá moça, esses papos. Foi quando minha tia disse: "Daqui a pouco, inventa um piercing". E eu sei que ela quer um, já tinha rolado um papo do que podia, do que não podia, da onde podia, da onde não podia.

A Rafa se manifestou, disse que queria mesmo, um brilhantinho no nariz, mas que tinha consciência de que tinha rinite e não ia ser legal... mas que colocaria na orelha de boa, no umbigo também, se eu deixava no umbigo, se eu deixava na orelha, toda a história de novo.... daí vira a minha tia e diz: "aqui não tem estúdio????"

Dentro do shopping tem um estúdio. A gente já tinha até fuçado lá uma outra vez, porque ela, minha tia, é louca por uma tatto. Tem cinquenta anos, mas tem cara de trinta, sabe? E é louquinha pra fazer uma, e nunca têm coragem. Daí fomos pro estúdio pra ver o preço e tal. A Rafa cintilava.

Povo mais estranho esse de estúdio de tatuagem, não? Mas enfim. Vimos um brilhantinho pra orelha, uma graça. Minha tia concordou, pagou, eu assinei uns termos (3 vias!!!) e lá foi a Rafa, com um magrelão de olho superazul, furar a orelha na cartilagem, bem em cima.

Achei que ela ia chorar, mas nem chorou. O cara conversando sobre "que legal, que mãe maneira, a maioria das mães não deixam", acabou descontraindo, parecia mais um médico, de touca, luva cirúrgica, jaleco, máscara e alargadores na orelha furando a Rafa, haha. Ficou lindo colocado e emocionei, mãe bobona. Então, que o malucão começa a ladaínha do que não poderia comer por 2 meses: chocolate, qualquer derivado de amendoim, catchup, mostarda, maionese, nada com sazón, ou muito temperado, molho de tomate forte, carne de peixe ou porco, cheddar, fritura, uma infinidade de coisas.

A Rafa com os olhos esbugalhados, prestando atenção e olhando pra mim, assustada. Por dois segundos, até achei que ele estava tirando com a cara dela, mas era verdade. Daí ele disse:

- Entendeu tudo, dona Rafa?
- Depois do 'chocolate' não ouvi mais nada. - ela falou, cabisbaixa.

Gargalhadas geral, voltei pro trabalho abraçada com meu bebezinho de piercing. E o tempo não pára não, não pára. *Aiai*.