30 outubro, 2008
 
29 outubro, 2008
Mandei um email, longo, dizendo absolutamente tudo que eu queria dizer. Vomitado, cítrico, com azedume em certos parágrafos, feito bílis. Era a chance da minha última palavra, que as vezes fazemos tanta questão, e que, confesso, pra mim era importante.

Por um dia todo, verifiquei se tinha resposta. Claro que não tinha. Melhor assim. Tomei o gosto da vitória, finalmente estava livre de vez. Não que eu soubesse o que eu ia fazer com essa liberdade, mas de fato, foi notório minha mudança. Psicologia a parte, foda-se a explicação pra isso... eu ia seguir meu roteiro, que eu mesma havia criado pra mim.

Mas a vida não é justa. Onde eu estava com a cabeça que isso ser assim? Uma pessoa, que não eu, descobriu coisas do fundo do baú inimagináveis, até mesmo pra quem o conhecia muito bem, feito eu. Uma pessoa, que não eu, mesmo tanto tempo longe, se doeu ainda mais com as descobertas, sujas, podres, inaceitáveis. Uma pessoa que não eu, embora eu mesma, roubou todas as senhas, e numa crise imensa de masoquismo, viu cada email, descobriu orkut's, viu contatos no msn indesejáveis. Viu datas, sofreu, ligou os pontos, comparou. Socos no estômago, ânsias de vômito, muita crise, sofrimento, angústia.

Uma pessoa, que não eu, ligou cheia de coisas pra falar, pra xingar, e mesmo por telefone, tinha muita força pra bater, na cara, com a mão aberta. Não atendeu. Mas entrou no msn. E foi por msn mesmo, que chegou uma hora que faltou predicados. Resignação. Falta de tudo. Não havia mais o que falar. Não chegava também as respostas. Fechei tudo, limpei as lágrimas, respirei, fui trabalhar. Pensamentos inflavam na cabeça da pessoa, que não era eu, embora eu mesma.

Uma hora depois, ele estava lá, na minha frente. Como poderia? Da onde tinha tirado coragem? Eu muda e sem ação. Um merengue na frente dele. Tentou falar, mas eu estava trabalhando, e mesmo sem precisar explicar isso, escreveu um bilhete e deixou na minha mesa. O bilhete tinha o peso de muitos anos. Ficou lá, embaixo do porta-retrato das meninas durante a hora inteira que se seguiu. Não que eu não tivesse tempo de lê-lo, mas não conseguia pegá-lo.

Audácia.

De tarde, eu estava lá, como escrito no maldito papel. Porque sou assim: curiosa. Eu não! essa outra, que de mim tomava conta. E foi isso que eu disse quando cheguei: sou curiosa. Mas mal saíram as palavras; viro uma pata diante dele. Mais de um ano se passou desde o fim definitivo, mas ele ainda manda em mim - talvez porque nenhum outro queira o lugar, ou talvez porque eu nunca mostrei que o lugar tá vago, mesmo sentindo muita solidão. De fato, não sou feliz sozinha. E lá estava eu, muito mal sentada na ponta da cama dele, na casa dele, com os móveis novos dele. Sentar ali significava minha fraqueza. Mas ainda assim, curiosa e altamente masoquista.

Só ele falou, por umas... o quê? Duas, três horas. Vez ou outra eu me ajeitava no cantinho que escolhi daquela cama box, casal, quantas já tinha trepado com ele ali? Saí, ele veio atrás, continuou falando, achei por um momento que havia perdido o dom da fala até. Não me vinha nada... só pensamentos atropelados e algumas lágrimas que secavam sem cair.

A verdade. "Toda a verdade", dizia ele a cada história. Tudo que um dia pensei ser, era mesmo, até pior. Até que chegou o fatídico 'vou te amar pra sempre'. Aí as palavras saíram feito represa rompida. AMOR? Que noção há de amor nisso tudo? Como tem coragem de falar de amor no meio de tanta sujeira? Não me fale de amor, seu verme. Ia começar tudo de novo. E quando vi que não moveria nada com isso, que praticamente isso não teria o menor cabimento, parei.

Eu, que não era eu.

E sabe esse roteiro? Balela.

Mesmo sem ter, mesmo sabendo de tudo, mesmo nunca mais querendo ter, não há roteiro.

Mas esse bueiro eu fechei.
 
28 outubro, 2008
Não, não são novas siglas do mercado financeiro.

É só pra eu lembrar de falar dum reality aqui.

[/Alzheimer]
 
27 outubro, 2008
- Era uma vez um pintinho chamado Relam. Toda vez que chovia, Relam piava.

.

nhó.
 
24 outubro, 2008
- Mamãe, qual a diferença entre a Tim, a Oi, a Claro e a Vivo?
- Não sei.
- A Oi, Tchau.... a Claro, Escuro.... a Vivo, Morto.
- E a Tim?
- Saúde.

¬¬
 
15 outubro, 2008
A vida ta aí pra mostrar, só não vê quem não quer ou é tão hipócrita que vê faz que não vê - o que é mais provável.

Fui numa festaê, no fim de semana.

[pausa para os queixos caídos, grunhidos de espanto e um gole de aguinha pra passar o susto]

É, então. Eu fui. E era a fantasia ainda por cima.

[não passem mal, queridos, as surpresas acabaram]

Mas o que importa é que a pessoa que mais fala que sou triste, pra baixo, que não tenho alegria, que sou fechada no meu mundo particular, que sou azeda, amarga... enfim, essa pessoaê ficou sentada a festa todaaaaa enquanto a Tristeza aqui dançou a noite inteira, que Dorflex nenhum no mundo resolveria a dor do dia seguinte. {/condor}

Enfim, a vida é tão redondamente mágica.

Ninguém percebeu esse pormenor. Só que EU percebi. Depois, mas percebi. Na verdade, percebi quase pegando no sono já, em casa, exausta. MAS PERCEBI.

Ser feliz é o que então? Levar a vida no obaoba, rindo da cara dos outros, achando que suas verdades são absolutas, que suas razões são as certas, gastando mais do que tem, ostentando uma vida que não possui, desfilando pra cima e pra baixo com pessoas que realmente tem grana, só pra falar que as suas amigas são as melhores e mais pop's? E ser triste? Ser triste é o que? Não gastar 40 reais num creme de cabelo porque a grana vai faltar mesmo, e eu reclamo mesmo, ser triste é não querer ir desfilar pra cima e pra baixo com as amigas pop's porque tenho filhas pra cuidar, e casa pra cuidar, e pra manter, e não tenho tempo nem disposição nem saco nem estômago para ficar indo em baladas numa quarta feira só pra me exibir, mesmo porque eu não tenho nada que exibir aqui, além da minha alta taxa de gorduras extras, não rio a toa mesmo, não acho graça no desastre dos outros, não vejo pêlo em tudo que é ovo, não complico os caminhos naturais de uma coisa acontecer.

Então! Ser feliz/triste é isso? Respeito.

Mas muito mais do que conceitos seus, qualquer um que der um olhar geral numa festa e ver uma pessoa sentada o tempo todo irá defini-la do quê? Feliz?

Ah.

Bom dia.
 
13 outubro, 2008
Tá calor pra caramba.

Loops de suor, mau humor e reclamações.

¬¬
 
07 outubro, 2008
"BURRO
Sou um CAIPIRA que foi engolido pelo processo vertiginoso de urbanização. Nada contra o Progresso,mas é de bom tom pedir licença. Aprendi desde muito cedo que é feio abrir a geladeira da casa dos outros. Faz tempo que não sou da roça, pensava que pasto era um mundo verde até ver imensas florestas pela TV. Gosto da cidade desde que ela mantenha a água limpa para todos beberem. A Literatura me preparou, por meio do sonho, a entender a realidade.Sou eternamente grato a Monteiro Lobato e a Cassiano Ricardo. Ser Criança é a minha maneira de ser forte e vitorioso.A disciplina não significa controle, controlar é não saber confiar.Por isso prezo a liberdade de dizer sim ou não.Posso com isso ser um alvo fácil, mas antes de ser atingido,certamente, um abrigo seguro."
Assim está a descrição do QUEM SOU EU num blog paradíssimo que achei dele.

"Professor de Literatura e Língua Materna,Ensino Fundamental e Médio. Gosto do Carnaval.Idealizei e participo de vários Blocos de Jacareí,inspirado em São Luiz do Paraitinga. Acredito que tudo fica melhor com alegria,pero sin perder la prudencia jamás."

E assim está o Orkut, também parado e praticamente sem fotos.

O conheci quando era contadora dum bar famosão daqui [hoje fechado]. Pra mim, ele se apresentou como fotógrafo, mas nunca conversamos muito. Bastante tempo depois, eu o vi na frente da prefeitura, soltando relinchos e com uma cabeça [muito mal feita] de burro como chapéu. Na época, pensei: o Dario endoidou.

Depois que ele foi matéria no jornal local, entendi. De Burro ele não tem absolutamente nada.

O fato é que ele se candidatou a vereador. Enquanto vários e vários candidatos se matavam nas campanhas milionárias, eu sempre o via pelas ruas com a cabeça-chapéu e duas garrafas pets na mão, batendo-as uma na outra, e falando, meio cantado: VOTE NO BURRO... 25... 300.

Era motivo de chacota pra muitos. Moleques zoavam, e ele relinchava na cara. Sempre de sorriso aberto, não gastou [acredito eu] um tostão na própria campanha. Sempre a pé, não tinha faixas, nem muros pintados. Um dia me entregou um santinho, muito provavelmente a cota dele, que sai pelo partido, foto junto com o candidato à prefeitura da chapa. Foi a única vez que peguei ou vi um santinho dele.

Vi o Dario ou o escutei praticamente todos os dias. Sempre tinha alguém que me falava: sabe ONDE vi o Dario hoje, sozinho, batendo suas garrafinhas? Na estrada que vai pra Santa Branca. Loonge. Tinha dias que ele passava em frente a loja quase sem voz.

No dia que falei aqui em casa que votaria nele, as meninas riram. Mas eu não falei isso pra elegê-lo tal qual o Clodovil foi eleito não. Eu falei sério, não votei por protesto, nem sou disso... já acho um saco essa coisa ser obrigatória, e sair de casa COM CHUVA pra fazer graça não combina comigo. O cara merecia meu apoio, ainda que não ganhasse.

Mas ganhou. Ficou em quinto, das treze cadeiras. Como tem muito povo aqui despolitizado [e nem vou entrar na questão que teremos o PT por mais quatro anos e fiquei bem PuTa com isso], está o maior burburinho de que foi cagada, de que ganhou porque votaram por brincadeira e até mesmo pelo tal voto de protesto.

Ninguém que o chamou de idiota [vide orkut, alguns tópicos por lá, soltos] procurou saber da decência dele. Bastava um Google rápido, mas deve cair a mão. Mais fácil falar o que não se sabe do que debater política correta e com inteligência.

O Dario é a prova recente que esculhambação e cinismo tem muito mais vez do que terno e gravata. De Burro ele não tem absolutamente NADA. Muito bom saber que ele vai estar lá, a todo fôlego, dentro da penelinha 'dos mesmos de sempre' na Câmara jacariense.

E por fim, pra quem fala que burro foi aquele que votou no Burro, pergunto: mais burro não foi aquele que elegeu a sombrinha do Marco Aurélio pra mais 4 anos? Já não bastava quase uma década de praças revitalizadas e avenidas encantadas?

Cada qual com seu cada um, mas como todo mundo 'acha' um pouco, eu acho que o voto mais inteligente dessa eleição foi em Dario. E ontem até sorri, cheia de orgulho, porque o vi, embaixo de chuva, com as já manjadas garrafas pets e seu chapéu em formato de burro, agradecendo o povo por ter acreditado nele.

E que engraçado. Não vi mais ninguém, além dele.

Mas claro, que 'burrice' a minha... deviam estar embriagados de champanhe caríssima da noite anterior.

Dario, caso você chegue aqui, saiba que te admiro um monte!

Parabéns!
;)
 
06 outubro, 2008
Mas vou ter que falar de política aqui.

Já já.
 
02 outubro, 2008
[post excluído pq ele não sabe brincar ¬¬]



 
01 outubro, 2008
Mas tipow, mew, super na boa assim [/patydemerda]:

não consigo acompanhar o alto nível de non sense do Rapha.

Pronto, falei.

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Sorry, eu tento. Juro. Deve ter sido um saco receber tanto torpedo sem sal.
 
... pessoas quebram a perna e nem tamo sabendo de nada.

Só eu conto tudo em detalhes sempre?