O nome dele é Simeão, por culpa dos pais, evangélicos, e seus respectivos mau-gostos para nomes bíblicos. A gente, do círculo de amizades, floreou um pouco a pronúncia, já que deve ser uma tortura pro moço, que de evangélico só tem os pais e adora uma farra. O chamamos de Simon (lê-se Saimon).
E foi ele a grande sensação desse Natal. A reunião, na casa do Vítor, estava diferente, com mais gente do que de costume. Embora eu sempre soube que a maioria 'encosta' lá por ser o amigo do amigo do amigo do amigo do papagaio de alguém, esse ano, em especial, tinha gente saindo pelo ladrão.
O mais exótico exemplar era uma mocinha, sabe-se lá quem era, junto de uma outra, que ninguém conhecia também, vestidas combinandinho. Mas o pior não é imaginar a ligação telefônica momentos antes de sair:
-Com que roupa você vai?
-Ah, saínha [sic] e top "Pouco Pano".
-Então eu vou assim também....
... O pior é a saínha em si. Lembrava muito isso: [link] e por isso o comentário, que já veio lá de dentro e tomou conta da casa toda, era a pergunta: Onde é o concurso de lambada?
Então chega Simon, nosso amigo em questão. Ele é novo ainda, mas é uma comédia. Ano passado ele terminou dormindo (de bêbado) sentado na privada do banheiro, e o Vítor teve que arrebentar a porta. Tinha até um clima de preocupação, mas depois que vimos a cena, morremos de tanto rir. Então ele já chegou com a promessa de que não ia pagar nenhum mico esse ano, mas a gente não acreditou, claro.
Passado um tempo, vi que ele conversava com uma das lambadeiras, justo a qual eu já tinha notado que estava acompanhada por um 'conhecido de vista' da gente. Como conversar não é pecado nenhum, nem liguei. A festa rolou com muita risada, muita cerveja, um pernil que não tinha mais fim, vim embora umas 4 da madrugada, exausta.
Como sempre sobra muita coisa, no dia de natal a gente se reúne de novo, os 'mais, mais', chega um, chega outro, e chega o Simon. Três horas da tarde, com a maior cara de quem 'acordei agora', e as fofocas começaram. Daí fiquei sabendo: o namorado da lambadeira terminou com ela no meio da festa, porque ela bebeu do copo do Simon. Fui saber melhor da conversa, e ele disse que o cara terminou mesmo, mas nem foi nada daquilo, ele só ofereceu um pouco de Coca-cola pra ela, super ingênuo e tal.
Claro que o problema nem era um gole do copo de alguém, já devia estar de saco cheio da moça e usou a coca do Simon, mas foi o que bastou pra zoarmos com isso a tarde toda. Ele ficou tão sem graça, que uma hora ele foi encher o copo da Taís, namorada do Fabi, de cerveja, pediu permissão.
- Pode, né?
E o Fabiano:
- Pode porque é cerveja, se fosse Coca, não podia não.
E dá-lhe gargalhadas. Foi assim a tarde inteira. Vim embora até torta, porque não tinha comido nada, e bebido muito. Cheguei em casa vomitando, claro. Mas como é uma vez por ano (e olhe lá) que faço isso, tou perdoada. Leva-se pouco dessa vida, por isso que amo tanto meus amigos, e em especial, hoje, o Simon, aquela figura.