30 dezembro, 2005

- Vai, Horácio. Toma logo.
- Eu não tomo nada sem antes ler a bula. Cadê meus óculos?
- Pendurados no seu pescoço.
- Isso é ridículo, Maria Helena. Ridículo.
- Então todos os homens da sua idade são ridículos. Porque todos estão tomando. E não me puxa esse lençol, fazendo o favor. Olha aí o bololô que você me faz nas cobertas.
- A humanidade conseguiu crescer e se multiplicar durante milênios sem isso. Nós dois crescemos e nos multiplicamos sem isso. Taí o Pedro Paulo, taí o Zé Augusto que não me deixam mentir. Fora aquele aborto que você fez.
- Horácio, eu não vou discutir isso com você agora. Toma logo esse negócio.
- Isso aqui faz mal pro coração, sabia? Um monte de gente já morreu tentando dar uma trepadinha farmacêutica.
- Foi por uma boa causa. E não faz mal coisa nenhuma. Só pra quem é cardíaco e toma remédio. Você não é cardíaco. Nem coração você tem mais.
- Não começa, Maria Helena, não começa.
- Pode ficar sossegado que você não vai morrer do coração por causa dessa pilulinha. Eu vi num programa do GNT um velhinho de 92 anos que toma isso todo dia.
- Sério?
- Preciso de sexo, Horácio.
- Mas hoje é segunda, Maria Helena...
- Quero trepar. Foder. Ser comida por um macho de pau duro.
- Francamente, Maria Helena, que boca. Parece que saiu da zona.
- Quero ser penetrada, quero gozar.
- O sexo é uma ditadura, Maria Helena. A gente tá na idade de se livrar dela.
- Saudades da dita dura. Olha só, você me fez fazer um trocadilho de merda.
- Além do mais, Maria Helena, nós já tivemos um número mais do que suficiente de relações sexuais na vida, por qualquer padrão de referência nacional ou estrangeiro. A quantidade de esperma que eu já gastei nesses anos todos com você dava pra encher a piscina aqui do prédio.
- Com o esperma que você ordenhou manualmente, talvez. O que o senhor gastou comigo não daria nem pra encher o bidê aqui de casa. Um penico, talvez. Até a metade.
- Maria Helena...
- E faz quase um ano que não pinga uma gota lá dentro!
- Sossega o facho, mulher. Vai fazer ioga, tai chi chuan. Já ouviu falar em feng shui, bonsai, shiatsu? Arranja um cachorro. Quer um cachorro? Um salsichinha?
- Quero um salsichão, Horácio. Olha aí: outra piadinha infame.
- É porque você está com idéia fixa nessa porcaria.
- Que porcaria?
- O sexo, Maria Helena, o sexo.
- Sabe o que mais que deu naquele programa sobre sexo, Horácio?
- Não estou interessado.
- Deu que as mulheres com vida sexual ativa têm muito menos chance de ter câncer. É científico.
- Come brócolis que é a mesma coisa, Maria Helena. Protege contra tudo que é câncer. Também é científico, sabia? E puxado no azeite, com alho, fica uma delícia.
- A que ponto chegamos, Horácio. Eu falando de sexo e você me vem com brócolis puxado no azeite!
- Com alho.
- Faça-me o favor, Horácio.
- Maria Helena, escuta aqui, você já tem 50 anos, minha filha, dois filhos adultos, já tirou um ovário, já...
- Não fiz 50 ainda. Não vem não. E o que é que filho e ovário têm a ver com sexo?
- Maria Helena, me escuta. Depois de uma certa idade as mulheres não precisam mais de sexo.
- Ah, não? Quem decidiu isso?
- Sexo nessa idade é pras imaturas. Pras deslumbradas, pras iludidas que não sabem envelhecer com dignidade.
- Prefiro envelhecer com orgasmos.
- O que é que o Freud não diria de você, Maria Helena.
- E de você, então, Horácio? No mínimo, que você virou gay depois de velho. Boiola.
- Maria Helena! Faça-me o favor. Eu tenho que ouvir isso na minha própria casa, na minha própria cama, diante da minha própria televisão?
- Aliás, gay gosta de trepar. É o que eles mais gostam de fazer. Você virou outra coisa, sei lá o quê. Um pingüim de geladeira, talvez.
- Maria Helena, dá um tempo, tá? Tenho mais o que fazer.
- Fazer? Essa é boa. O que é que um funcionário público aposentado com salário integral tem pra fazer na vida, posso saber?
- Sem comentários, Maria Helena, sem comentários.
- Tá bom, sem comentários. Bota os óculos e lê duma vez essa bendita bula.
- Só que precisa de dois óculos pra ler isso. Olha só o tamanhico da letra. Se é um negócio pra velho, deviam botar uma letra bem grande. Pelo menos isso.
- Vira o foco do abajur para cá... assim... melhorou?
- Abaixa essa televisão também. Não consigo me concentrar ouvindo novela Mais. Mais um pouco.
- Pronto, patrãozinho. Sem som. Vai, lê duma vez.
- O princípio ativo do medicamento é o citrato de sildenafil.
- Sei.
- Veículos excipientes: celulose microcristalina...
- Celulose vem da madeira. Pau, portanto. Bom sinal.
- Onde foi parar a sua pouca educação, Maria Helena?
- Vai lendo, Horácio. Depois conversamos sobre a minha pouca educação.
- Cros... camelose sádica. Croscamelose. Castrepa, Maria Helena. Me recuso a tomar um troço com esse nome. Deve ser alguma secreção de camelo. Se não for coisa pior.
- Não é camelose. Num tá vendo aí? É caRmelose. Deve ser algum adoçante artificial. Pro seu pau ficar doce, meu bem.
- Putz. Só rindo mesmo. A menopausa acabou com a sua lucidez, Maria Helena.
- Troco toda a lucidez do mundo por um pau tinindo de tesão por mim.
- Absurdo, absurdo.
- Que mais, que mais, Horácio?
- Dióxido de titânio.
- Ah, titânio. Pro negócio ficar bem duro.
- Índigo carmim...
- Índigo? Deve ser o que dá o azul da pilulinha.
- Será que esse negócio não vai deixar o meu pau azul, Maria Helena?
- E daí, se deixar? Você não sai por aí exibindo o seu pênis, que eu saiba. Ou sai?
- Mas, e se eu for a um mictório público? o que é que o cara ao lado não vai pensar do meu pinto azul?
- Diz que você é um alienígena, ora bolas. Que o seu corpo está pouco a pouco se adaptando a Terra, que ainda faltam alguns detalhes. Ou explica que você é um nobre, de sangue e pinto azul. Ou não diz nada, ora bolas. Acaba de mijar, guarda o pinto azul e vai embora, pô.
- Escuta. Agora vem a parte que explica como esse petardo funciona.
- Isso. Quero ver esse petardo funcionando direitinho.
- Presta atenção. "O óxido nítrico, responsável pela ereção do pênis, ativa a enzima guanilato ciclase, que, por sua vez, induz um aumento dos níveis de monofosfato de guanosina cíclico, produzindo um relaxamento da musculatura lisa dos corpos cavernosos do pênis e permitindo assim o influxo de sangue: Cacete. Corpos cavernosos. Já pensou, Maria Helena? Corpos cavernosos sendo inundados de sangue? Puro Zé do Caixão.
- Corpo cavernoso só pode ser herança do homem das cavernas. Vocês homens evoluem muito lentamente.
- Pára de viajar, Maria Helena. Parece que fumou maconha.
- Não era má idéia. Pra relaxar. Vou roubar do Pedro Paulo. Eu sei onde ele esconde. Podíamos fumar juntos.
- Eu já tô relaxado. Tô até com sono, pra falar a verdade.
- Lê, lê, lê, lê aí. Você já dormiu tudo a que tinha direito nessa vida.
- Vou ler. "Todavia, o sildenafil não exerce um efeito relaxante diretamente sobre os corpos cavernosos..."
- Não?
- Não, Maria Helena. Ele apenas "aumenta o efeito relaxante do óxido nítrico através da inibição da fosfodiesterase-5, a qual" - veja bem, Maria Helena, veja bem - "a qual é a responsável, pela degradação do monofosfato de guanosina cíclico no corpo cavernoso?". Ouviu isso? Degradação, Maria Helena Dentro dos meus próprios corpos cavernosos. Degradante...
- Degradante é pau mole.
- Olha o nível, Maria Helena, olha o nível. Vamos ver os efeitos colaterais. Olha lá: dor de cabeça. Você sabe muito bem que se tem uma coisa que eu não suporto na vida é dor de cabeça.
- Na cultura judaico-cristã é assim mesmo, Horácio. Pra cabeça de baixo gozar, a de cima tem que padecer.
- Não me venha com essa sua erudição de internet, Maria Helena. Estamos off-line.
- Deixa de ser criança, Horácio. Se der dor de cabeça você toma um Tylenol, reza uma ave-maria, canta o "Hava Naguila'; que passa.
- Outro efeito colateral: rubor. Rá, rá. Vou ficar com cara de quê, Maria Helena? De camarão no espeto?
- Se for camarão com espeto, tá ótimo. Que mais, que mais?
- Enjôos. Ó céus. Enjôos...
- Você sempre foi um tipo enjoado, Horácio. Ninguém vai notar a diferença.
- Vamos ver o que mais... hum... dispepsia. Que lindo. Vou trepar arrotando na sua cara.
- Você me come por trás. Arrota na minha nuca.
- É brincadeira... É essa a sua idéia de amor, Maria Helena?
- Isso não tem nada a ver com amor, Horácio. Já disse: é profilaxia contra o câncer. E arrotar, você já arrota mesmo o dia inteiro, sem a menor cerimônia Na mesa, na sala, em qualquer lugar.
- Como se você não arrotasse, Maria Helena. - Mas não fico trombeteando os meus arrotos. Isso é coisa de machão broxa. Em vez de trepar com a esposa, fica arrotando alto pra se sentir o cara do pedaço.
- Como você é simplória, Maria Helena, como você é... menor. Desculpe, mas acho que o seu cérebro anda encolhendo, sabia? Ou mofando. Ou as duas coisas.
- Vai, Horácio, chega de conversa mole. E de pau idem. Pula os efeitos colaterais.
- Como, "pula os efeitos colaterais"? É porque não é você quem vai tomar essa meleca, né? Vou ler até o fim. Os efeitos colaterais são a parte mais importante. Olha lá: gases. Que é que tá rindo aí?
- Do efeito cu-lateral. Desculpa. Esse foi de propósito. Não agüentei.
- Admiro seu humor refinado, Maria Helena. Torna você uma mulher tão mais sedutora, sabia?
- Obrigada, Horácio.'Agora, quanto aos seus gases, pode relaxar o esfíncter, meu filho. Numa boa. Tô tão acostumada que até sinto falta quando estou sozinha. Sério. Fico pensando: Ah, se o Horácio estivesse aqui agora pra soltar uma bufa de feijoada com cerveja na minha cara...
- Maria Helena, qualquer dia você vai ganhar o Oscar da vulgaridade universal.
- Vou dedicar a você.
- Vamos ver que mais temos aqui em matéria de efeitos colaterais. Ah! Congestão nasal. Que gracinha. Vou ficar fanho, que nem o Donald. Qüém, qüém. Qüém.
- Um pateta com voz de pato. Perfeito. - Ridículo. Absurdo. Idiota.
- Ridículo você já é, Horácio. E quem não é? Além do mais, é só calar a boca que você não fica fanho.
- Ah, tá. E se eu quiser falar alguma coisa na hora?
- Você não diz nada de interessante há mais de dez anos, Horácio. Vai dizer justo na hora de trepar?
- Eu não nasci para dizer coisas interessantes a você, Maria Helena.
- Já percebi.
- Hum. Ouve só; diarréia!
- Quê?
- É outro efeito colateral dessa bomba aqui. Fala sério, Maria Helena. Isto aqui é um veneno. Não sei como eles vendem sem receita.
- Deixa de ser pueril, Horácio. Imagine se alguém vai ter todos os efeitos colaterais ao mesmo tempo. No máximo um ou dois.
- A caganeira e os arrotos, por exemplo? Ou a ânsia de vômito e os gases?
- Faz um cocozinho o antes. Pra esvaziar. Agora, Horácio. Eu espero.
- Eu não estou com vontade de fazer cocozinho nenhum, Maria Helena. Faça-me o favor. E olha aqui, mais um efeito colateral: visão turva.
- Você bota os seus óculos de leitura. E que tanto você quer ver que já não viu?
- Maria Helena, você não entendeu? Essa droga perturba seriamente a visão. Vou ficar cego por sei lá quantas horas, quantos dias. E tudo por causa de uma reles trepadinha? E se a minha visão não voltar? Vou andar de bengala branca pro resto da vida?
- Pode deixar que eu guio a sua bengala, Horácio. Olha, pensa no lado bom da cegueira: você vai poder me imaginar 20 anos mais moça. Trinta, se quiser.
- Maria Helena, desisto. Não vou tomar essa porcaria e tá acabado.
- Dá aqui essa cartela, Horácio. Abre a boca. Pronto. Engole. Olha a água aqui.
- Isso. Que foi? Engasgou, amor?! Tosse pra lá, ô! Me borrifou toda! Que nojo! Quer que bata nas suas costas? Ai, meu Deus! Horácio? Você está bem? Respira fundo! Isso, isso... E aí, amor? Melhorou? Morrer afogado num copo d'água ia ser idiota demais, até prum cara como você.
- Arrr! E com essa pílula monstruosa entalada na garganta, ainda por cima! Ufff! Me dá mais água.
- Quanto tempo isso aí demora pra bater?
- Isso aí o quê?
- A pílula, Horácio, a pílula.
- E eu sei lá?
- Vê na bula, Horácio.
- Hum... tá aqui: 30 minutos.
- Ótimo. Dá tempo de ver o fim da minha novela.

Reinaldo Moraes é autor dos romances: Tanto Faz e Abacaxi

 
28 dezembro, 2005

É tão engraçado me sacar, às vezes. Trinta e tralálá anos nas costas, e não tenho absolutamente vergonha nenhuma em dizer que amo filmes churumelentos, daqueles com final feliz, onde choro, me encanto, copio a trilha sonora, destaco frases, compro o DVD, assisto dúzias de vezes e sinto tudo de novo e outra vez, outra vez, outra vez.

Isso é imaturidade para alguns pontos de vista. Mas o que realmente é ser adulta? Assistir Matrix e entender? Eu não entendi até hoje, e assisti a trilogia muito mais pelos efeitos especiais do que qualquer outra coisa. E já ouvi diversas teorias de diversas pessoas 'adultas' o suficiente para entender que somos as pilhas que movem o mundo - ou algo parecido com isso, sei lá.

Ora, acho fabuloso quem entende.

Mas junto de Matrix (isso porque estamos falando de filmes, e só por isso), não entendi picas de Star Wars e sua sequência doida -mesmo porque taí um negócio que nem me interessa-; não tenho saco para O Senhor dos Anéis e longas que não tem final e acho filmes europeus estranhos e cansativos (salvo algumas exceções).

São o que têm conteúdo e história? Que tem enredo? São os imprevisíveis os bons? Ok, tudo isso tem uma certa lógica. Concordo. Mas eu gosto de historinhas de contos-de-fada, onde eu sei como vai terminar tudo, desesperar um tanto assim naquele imprevisto do meio no filme onde o mocinho desencontrará da mocinha no aeroporto e não dará tempo de mais nada porque o avião já terá decolado, para depois chorar um tanto assado no final do filme onde eles vão se reencontrar e darão o beijo lânguido, longo e louco.

Sou uma bestonha de marca maior. Olhando minha lista de filmes e livros e outras bobagens a mais que quero, reina os filmes (e livros) românticos. Esses água-com-açúcar, de final previsível e de frases feitas.

E nem por isso não tenho conteúdo.

Tudo isso porque assisti "Muito bem Acompanhada" com o tesão do Dermot Mulroney. Os 40 anos estão fazendo muito bem à ele [caham]. O filme é curtinho, divertido, uma graça. Mas minha opinião nem vale, já que... bem... você sabe.

 
24 dezembro, 2005
 
14 dezembro, 2005

[lembrei de você e de sua barra wonka, Cau... já chegou, não?]
[que vozinho fofinho de marré marré, o do filme]

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eu gostei e agora quero

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É nessa loja aqui que tem. Completamente Veruca. A sorte é eu não ter cartão internacional. Mas aceito de presente, se for o caso....



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Bah



Feriado em terça-feira.
Emendar segunda.

mas quá.

 
11 dezembro, 2005

Eu acho que as pessoas acham que eu tenho cara de idiota. Francamente.

* e isso não tem nada a ver com internet.





:: 21 de dezembro, 2005 ::
Sim

Eu voltei.



:: 11 de dezembro, 2005 ::



Então, fui

Dia 21 eu volto. Morram de saudades melosas, crianças.

Até lá.
 
09 dezembro, 2005
:: 10 de dezembro, 2005 ::
À caminho...

Agora ninguém me segura.




:: 09 de dezembro, 2005 ::
Mais um pouquinho só, Polly....

Espera só mais um pouquinho....



 
07 dezembro, 2005
Se fosse uma flor - gérbera laranja
Se fosse um brinquedo - Banco Imobiliário
Se fosse um mês - junho
Se fosse uma brincadeira - ciranda
Se fosse uma música - Dois mundos - Jota Quest (e muitas outras também)
Se fosse uma nota musical - dó
Se fosse uma cor - azul
Se fosse um filme - Patch Adams
Se fosse um feriado - ano-novo
Se fosse uma comida - massas
Se fosse uma bebida - coca-cola
Se fosse um disco - voador
Se fosse uma maquiagem - lápis
Se fosse um dia da semana - quarta
Se fosse um periférico do PC - mouse
Se fosse um doce - tortinha de morango
Se fosse um programa de tv - Bambalalão
Se fosse um cômodo da casa - sala
Se fosse um instrumento - piano
Se fosse um objeto - livro
Se fosse uma árvore - ipê
Se fosse uma fruta - morango
Se fosse uma paisagem - nudez
Se fosse um bicho - pássaro
Se fosse um lugar - Campos do Jordão
Se fosse uma estação do ano - inverno
Se fosse uma frase feita - olho por olho, dente por dente
Se fosse uma peça de roupa - sapatos
Se fosse um elemento da natureza - ar
Se fosse um objeto motorizado - carro
Se fosse um aparelho eletrônico - DVD
Se fosse uma pessoa da sua família - eu mesma
Se fosse um sentimento - compreensão
Se fosse um perfume - Volgère
Se fosse um livro - O mundo de Sofia
Se fosse uma conquista - um canudo
Se fosse uma parte do corpo - olhos
Se fosse uma pedra - daquelas branquinhas
Se fosse uma dúvida - será?
Se fosse uma marca - Brastemp
Se fosse um eletrodoméstico - cafeteira
Se fosse um jogo - riddles
 
06 dezembro, 2005

Eu ganhei.


Dele.

\o/

[Tessa, cê mora qui, ó. Ah, cê sabe.]



correndoooooo...........

...oooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo.

Viagem tá próxima.
Tem que deixar tudo resolvido aqui.

Eu e minhas neuras, ué.

[Alguém, fora minha amada Cau, notou que mudei detalhes nesse template e no template do Perfil? Hein? Hein?]

 
05 dezembro, 2005

Admito: sou melodramática demais.

Aqui tem que ser tudo muito, transbordante, exagerado.

Nunca que eu conseguiria ignorar, gelar, esfriar que seja.

Completamente quente por dentro, incendiando.

Embora eu também admita que tudo tem exceção: até isso.


 
02 dezembro, 2005

Um dia, na certa, me arrependerei de muitos passos errados que eu tenha dado. Quem sabe eu nem tenha errado tanto. Errei mais tentando consertar do que qualquer outra coisa.

Eu só gostaria de ser um pouco mais livre.

 
01 dezembro, 2005

Olhando umas coisas minhas guardadas, vi que eu tinha vários tipos de papéis guardados, de toda cor, tipo, formato, textura. Espalhei-os diante de mim e tentei buscar na memória o porque eu tinha todo aquele material e ... bem, eu não lembro. Mas decidi, naquele momento, que aquilo tudo se transformaria em cartões de Natal.

Uma noite, de insônia, coloquei tudo em cima da mesa, peguei fitas, durex, lantejoulas, fios, cola, tesoura, barbantes, lacinhos, tudo que eu achei que serviria para a grande tarefa: a de artesã.

Nunca fiz nada parecido. Não. Mentira. Uma vez, lá na minha infância, eu pintei um pano de prato, com aqueles moldes prontos, que você tira uma pecinha, pinta ali, recoloca, tira outra e assim vai. E depois, já mais velha um pouquinho, tentei aprender macramê - acho que é assim que fala - que é uma arte com fios entrelaçados, fazendo nós e nós e nós, que resulta em uma infinidade de coisas e eu não passei de uma pequena bolsa mixuruquinha.

É. Nunca tive muita paciência. Não sei crochê, não sei tricô, não sei costurar, embora minha mãe e minha avó sejam mestras nisso tudo. Não que eu nunca tenha tentado. Eu tentei sim, creia. Mas o que eu via linhas se transformarem em toalhas lindas, lãs tornarem-se blusas quentinhas e tecidos virarem roupas perfeitas, tudo que eu tocava saia ou apertado demais, ou largo demais, ou torto demais, ou.......

Claro que eu desistia. Não há aluna que aguentasse a mãe dizendo que 'é simples, minha filha, olha aqui'... e a tesoura deslizava macio por entre as marcações no pano ou a avó que murmurava 'ai, você tem a mão pesada, não é possível', quando uma simples rosetinha de crochê virava um chapeuzinho de boneca de tão apertado que eu fazia os pontos.

Só que com os cartões eu me dei -parcialmente- bem. Embora a maioria tenha saído torto, pra mim, ficaram ótimos. Fiz com tanto carinho cada um deles. A idéia vinha, e eu colocava em prática. Fios daqui, lacinhos dali, dobra, corta, acerta, ou pelo menos tenta acertar, né? ^^

Fiz muitos. Acho que foram uns vinte ou vinte dois.... e foram todos devidamente despachados no correio ontem, cada um para seu destinatário. Ainda sobrou papel e alguns lacinhos e enfeites. Usei até florzinhas de crochê que eu tinha guardado da época das aulas malucas, enfeites de natal que nunca saíram da caixa, lacinhos de presentes que acabei guardando por serem bonitinhos. Foi estimulante.

E quer saber? Foi um prazer fazer, mesmo que tortinhos, uns sem graça, outros mais legais. Gostei. Gostei sim. ^^