É engraçado pensar que nossos diários da adolescência, aqueles bonitinhos, decoradinhos, perfumadinhos, escritos com caneta 4 cores perfumadas, era possuídor também de um cadeadinho, onde tinha uma chavinha que a gente escondia junto com a gente o tempo todo, pra ninguém ler.
Chave! Trancado! Nossas memórias eram trancadas, pra ninguém saber delas.
E hoje? Expomos tudo numa página da Internet, assim, numa boa. Numa boa, ovas, mas entenda como quiser. Ou acha mesmo que num poema ou até mesmo numa receita de bolo ou numa indicação de um filme ou numa frase famosa qualquer não pode estar implícito o dia da pessoa, os sentimentos, os desejos da pessoa que escreve?
Acho até que se tem que mudar aquela frase: "minha vida é um livro aberto" pela "minha vida é uma página on line"...
Os inúmeros diários que eu tive, eram todos com chave. Ninguém podia ler o que eu sentia, o que eu fiz, o que eu pensava sobre, o que eu deixei de fazer. Hoje tenho um blog, onde coloco tudo o que penso explícito e implícitamente. Se formos juntar uma coisa à outra, é como se antes eu fizesse um diário e corresse para mostrar para todo mundo, o conteúdo dele. E ser amada por isso. E ser odiada também.
Desde quando descobri o que era blogar, aqui me esparramei, não importando muito quem lê ou deixe de ler. Aqui, pra mim, está distinta duas formas de exposição: a de um diário, óficórse, onde escrevo o que bem quero e a de um canal de amizades, onde as pessoas chegam e vão sentando, ficando conforme a afinidade.
Ok até aí?
ok.
Pois bem.
Sou uma pessoa com um nível alto de senso crítico e responsável. E como uma coisa sempre leva à outra, o que era pra ser uma simples válvula de escape, acabou se tornando uma responsabilidade (podem gritar ao contrário, só que em vão). É uma forma de lazer, sim, porque adoro estar aqui, estar lendo todo mundo também, estar escrevendo o que penso e talz. Mas também é um tipo de compromisso com todo mundo que me lê e tem gente que se expressaria melhor que eu, nesse sentido.
Há blogs que vou que eu sei que que não é diário, tem gente que escreve um post a cada 10 dias e tudo bem. Mas aqui, a coisa estava fluindo diariamente, praticamente. Só que as coisas mudaram. E eu comecei a me sentir mal ao me ver sem tempo para o meu lazer, sem tempo para visitar quem gosto, sem tempo para esvairir-me do meu monótono.
Ou leio emails e coloco em dia ou posto ou visito cinco ou seis blogs, ou comento, ou procuro imagens. Me senti mal, de verdade. No entanto, estava tentando deixar pra ver até onde ia. Consegui (acho) visitar todo mundo que eu queria nessa semana, um pouco um dia, outro pouco o outro e assim foi. Tentei ver meus emails e colocar em dia, o que também, acho, deu tudo certo. Mas ainda não é tudo.
Com um monte de idéias e coisas pra falar, tenho que me redimir à verdade. NÃO DÁ MAIS. Não dá para postar todo dia, achar gracinhas para colocar aqui, visitar todo mundo com calma, não dá para responder emails gigantes, como gosto de fazer... Mesmo em vésperas de uma quinzenal de férias, estarei com as meninas, que me ocuparão o tempo. Aqui na minha frente jaz uma lista de coisas pra fazer nas férias, com elas...
Poderia tentar continuar enganando todo mundo, inclusive eu, e ir colocando qualquer coisa do "meus favoritos" ou do "meus documentos", mas aí perde a essência. Não estou me despedindo, lógico. Estou comunicando meus dias mudados, corridos, estressados, sub-humanos que estou tendo.
Não sei com qual frequência aparecerei aqui ou no blog de vocês. Mas aparecerei. E lerei tudinho, não como uma obrigação, porque obrigação nunca me foi.
É só um tempo, como a gente pede em relação amorosa, pra colocar ordem nas coisas.
E disso tudo, constato que: sou uma blogueira crônica, mas a vida me chama como nunca me chamara antes....
Paciência, combinado?
Então tá.