05 novembro, 2003
..acha.

Acha a verdade jogada na cara, com todas as letras. Respondidas, porque faladas espontaneamente não sairiam mesmo. Quer mentir pra mim e pra vc, minta. Mas não me faça acreditar que o culpado é só você. Não que eu seja, mas não é só isso. Então, entalada em algum lugar, fica a real dessa história toda. Fica o que você me escondeu. Fica o que me fará pensar muito no que aconteceu. E acima de tudo, fica o teu maldito silêncio. Eu, por minha vez, fiz o que pude. E amei com minha melhor forma de amar. Assim como nasceu, acabo de assassiná-lo. Você me deu as armas. Mas, anote: não precisava ser assim tão cruel diante da minha situação... diante da tua covardia. Você nem tentou. Problema seu. Vou amar quem me ama. E quem não minta pra mim. A vida é assim -para os corajosos- uma eterna busca. Outra igual à mim, nunca mais, nem de vela acesa.... Te desejava o melhor até de eu mesma... Quis o teu bem integral... mas nem isso você quis de mim.... nem isso! Meti o dedo na ferida, lá dentro, e achei a verdade. Quer se ver livre? Pois bem...livre estás. Achei que te conhecia. Esquece tudo, se for capaz. Olha pra porta e vê se consegue enxergar só uma porta. Estou em tudo em tua volta. E quando doer, lembra como eu lembrarei: o amor permanece ainda assim, mesmo tão magoado gratuitamente. Ninguém explicará isso. Ninguém. Eu mesma... já emudeci.

(posso estar muito puta com isso tudo... (pensei ser muito verdadeiro, a felicidade estava estampada em mim)... mas eu sei que não é verdade o que me disse agora no telefone, por dois óbvios motivos: 1- você não fala com tranquilidade e 2- você só responde, quando perguntado, depois de pausas enormes... porém, se assim que você quer, é assim que assim vai ser)

Aqui jaz um amor sincero assassinado a sangue frio.

PS: Alerta o teu amigo, aquele que me disse que você faria a mulher que estivesse ao teu lado a mais feliz do mundo... Fala pra ele que você não é capaz. Explica pra ele que você não tem coragem. Explica também que perdeu, tanto quanto eu. Ou mais que eu.
PSII: Lembrei-me de um 3º óbvio motivo, que você está mentindo: se nem aí estivesse, se nada mais existisse mais mesmo, porque não posso ir pro Rio?
PSIII: Agora, vou cuidar de mim.