01 novembro, 2003

Eu havia prometido que não ligaria. Não prometi só pra mim, prometi pra uma pessoa querida também. Mas liguei. E mereço agora cada minuto de bronca das pessoas que gostam de mim. Eu liguei porque sou cheia de anseios, porque queria saber se a festa do aniversário do amigo tinha sido legal. E é claro que tinha sido. E por causa de um "precisamos conversar", a conversa começou; e como tudo foi rápido nessa história, a conversa também foi nessa mesma velocidade: rápida demais. Não vou aqui lamuriar a perda. Isso mesmo: perdi. Mas não perdi pelo fato de tanto te amar. Perdi tempo. Perdi tempo te envolvendo em projetos, sonhos, planos, idéias. Perdi tanto tempo nisso, que nem mesmo tive tempo pra perceber o tanto de tempo que estava perdendo. E lógico que vc quer que sua vida continue organizada. É claro que não sabe onde me encaixar nela. É claro que esse papo de definição veio bem a calhar. Nem nas coxas, nem em lugar nenhum. Vc tem toda razão. Absolutamente toda razão. Desconsidere parte de tudo o que tentei te dizer. Digo tentei, porque é assim que eu estava me sentindo: tentando. Desconsidere porventura a lágrima também. Se aconteceu, foi bem mais por mim do que por qualquer outra coisa, ou por vc. Não adianta e não vou lamuriar esse meu jeito aqui também. Esse meu jeito = sincero = virtude... vc me disse. Cuidarei mais de minhas virtudes então, já que elas afastam as pessoas de mim.

Você se disse idiota, nisso vc também tem razão. Só um idiota pra se perder tanto nas palavras, nos gestos, nas decisões, na própria vida. Vida essa que não é somente a que você quer, é a qual você merece. Note: só estou a concordar contigo. Se você não me abrisse tantos os olhos, eu nunca enxergaria tais "predicados" em você. Acima de tudo, cherry, desconsidere a última parte da nossa conversa, onde ainda movida por algum amor e completamente tomada pela falta de auto estima, falei mais bobagens ainda. Bobagens que depois me tiraram o sono. Bobagens depois que vi que são inconcebíveis na minha vida. Eu vou ficar bem. Não sei você, mas eu vou. Pelo menos deitarei com a consciência de que nada fiz, a não ser me dispôr a escutar um tanto de coisa emaranhada e sem nexo juntas. Mesmo já tendo conhecido algumas histórias, com quase 30 anos, ainda não me havia acontecido nada semelhante, do tipo "eu quero, eu desejo, eu amo... mas eu não posso". Se não pode, se encerra aqui. Dessa forma estranha de deixar um adeus. Dessa forma precipitada, incoerente, relapsa, canalha e cretina de dizer adeus. (outra coisa inconcebível... queria ver se você falaria o que falou olhando pra dentro dos meus olhos, mas isso é uma coisa que nunca saberemos)

Me odeie por isso, me odeie por essa atitude, por abrir essa história aqui no blog, mas era isso ou deletá-lo. E deletá-lo seria drama demais. Continuo preservando os meus princípios (também os tenho, percebe?) de que odeio hipocrisia, mentira ou qualquer ramificação dessa natureza. Então, eu não saberia ser hipócrita aqui, assim como eu não saberei ser hipócrita na vida. Está estampado em luzes de neon pra quem quiser notar. É assim mesmo, transparente e crucificante. Contente-se pelo fato de que ninguém vai entender muita coisa mesmo, já que o post abaixo era mais uma declaração de amor, e o abaixo, e o abaixo, e o abaixo também..... Espero que vc (também) fique bem (como eu sempre quis, desde o início).

Para "celebrar", Detonautas no player, como não podia deixar de ser. Só que agora é de uma forma diferente.
E como vc mesmo disse, o amor permanece, talvez até para sempre, porque amor não se recicla.

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