26 julho, 2003

Pra quem ainda não sabe, meus fins-de-semana são um tédio. E com 99% de chances de estar sozinha em casa, coloca tédio nisso. Enfim, como não uso a internet em casa à noite (decisão tomada já a algum tempo), aproveito pra passear pra lá e pra cá, pra cá e pra lá, recheando meu sábado e domingo de muita informação (ou não). Tá, correção: de muita porcaria também, mas vá lá, eu passo meu tempo de alguma forma - enquanto meus lindos olhos deixam também...

Não sou de sair, se é isso que passa pela sua vabeça nesse exato momento. Se saio, é na semana. E não, eu não fico sábado e domingo conectada dia e noite... eu intercalo com outras coisas também.... livros, principalmente.

Enfim, comecei tudo isso pra falar que fui ler o post da Dani, no P.G. E ela me fez ficar com uma dúvida inquietante. Que existem geminianos nem tão geminianos assim, tudo bem, concordo. Se sou geminiana mesmo, legítima, não sei. É meio estranho falar de astros, sem entender nada disso, mas ninguém até hoje 'me disse' verdades tão verdadeiras como o meu mapa astral... Ali estava eu, cuspida e escarrada, sem tirar nem pôr.

"Ai, Polly, vai ver se eu estou na esquina.... papo quadrado..." - mas vc nunca se perguntou: PORQUE SOU ASSIM, HEIN?

A Dani foi sincera ao dizer que a comunicação é o ponto alto do geminiano, há de se concordar; mas falou que nunca teve duas caras... hei! duas caras = duas personalidades = duas (ou +) formas de pensar (e agir) sobre o mesmo assunto?

Então pára tudo... sou assim.

Não significa que eu saia correndo para buscar algum relatório no trabalho, porque mudei de opinião quanto aquilo. Também não significa que hoje eu gosto de vc e amanhã decido que não gosto mais. Nem que não tenho opiniões formadas quanto à muita coisa por aí. Não falemos de extremos.

É horrível pra mim ter opção, por exemplo. Muita opção então, piro. Só que quero falar do que interage aqui, dentro de mim.

Ninguém nunca é uma pessoa só. Mas acho também que ninguém consegue ser tantas pessoas como eu. Sou apresentada à uma nova habitante do meu corpo quase que semanalmente. Algumas eu expulso logo, de outras eu tenho saudades. Algumas tento matar, outras tentam me matar. Umas são velhas ranzinzas, outras são aborrescentes imaturas. Umas são adultas responsáveis, outras crianças inconsequentes. Umas vieram só uma vez, outras são visitas constantes. Umas são tímidas, outras são tagarelas, algumas carentes. Algumas depressivas, outras coerentes, outras prepotentes. Conseguem, às vezes, coexistir e conviver sem nenhum problema. Outras são tiranas e expulsam as demais. Só que nos dois casos, há sempre a predominante, aquela que se sobressai. Sem prazo fixo, vão ficando... minutos, dias, anos. A única certeza é a imprevisibilidade.

A que está reinando absoluta no momento, tem personalidade sensível, mas já está no comando há uns dois meses. Está sempre preocupada com o que os outros vão pensar, está consciente de que não é grande coisa, perdendo, todo dia, oportunidades de um puta papo ou de um mega beijo bem dado. Ainda demonstra opiniões, porque enxerga uma luz no fim do túnel. É preguiçosa, carente, sozinha, chorona. Mas não é chata, pelo contrário, é gente boa e gosta de conversar.

Já me visitou algumas vezes, mas fazia tanto tempo que não vinha... achei que nunca mais a veria. Porém, tá aqui. Vivendo em mim, comandando meus atos e pensamentos.

Até vir outra.