07 julho, 2003
.. Dos seus erros construí minha sina, dos teus desfalques, minha ira. E esse domínio retrata nossa desunião. Fui insensata ao acreditar que após a primeira partida, há o retorno. O cenário não se recompõe. Os fantasmas não morrem, porque simplesmente eles já estão mortos... O que passa não regressa, ao fracasso não há cura, não há mais o mesmo amor. Nada (absolutamente nada) é refeito - o rascunho parece ter sido jogado fora. Meus pensamentos estão ao contrário dos seus, eu já não faço parte de um todo, a distância nos é comum...

O nosso retrato: inconstância, corpos, insegurança, muito medo.

A falha cometida não foi nem será perdoada. Está tudo ruindo e unido à esse rumor de emoção, mesmo vendo só cinzas, ainda tento reconstituir nosso palco e nele encenar o que o tempo já encerrou. Meu sorriso? Não sei. Já não posso modificar meu semblante. O que me custa é assumir de vez o final da nossa existência - mas você, maldito seja, não me deixa. Não se culpe e não me culpe. Perderemos mais tempo procurando culpados. Só não seja tão cruel com um próximo sentimento tão sublime que te seja reservado. Por favor, não.

E me deixe voltar pro meu trajeto.

Sinceramente.