12 março, 2003
Há uns dois dias eu estava meio que "faltando" alguma coisa. Fiquei a dever até aqui no blog... o que me resultou poucos comentários de meus posts nada inteligentes. Especialmente ontem, eu estava com um sensação horrível de estar andando em círculos - leia-se chegando em lugar nenhum. Esforços de dois anos dando em praticamente coisa nenhuma. Não estava bem para trabalhar, estava péssima pra relacionamentos e uma mãe ausentérrima para as meninas. Gosto muito de conversar, sabe? E estava realmente precisando de um olho no olho amável e sincero. Mas em vão... Acho que meus olhos estavam brilhando em luzes de neon: "Por favor, me dê atenção...", mas ninguém viu - ou não deu a atenção necessária. Pode ter certeza que tentei o diálogo, mas veio a maldita sensação já descrita: rodando em círculos quando eu mais queria a saída daquele labirinto em mim. Tomei uma decisão ontem: ia deixar no automático e evitar o máximo magoar quem me rodeia... Tava funcionando, até que recebi um email hoje. E vi o quanto estava sendo hipócrita e egoísta. Tendemos ao egoísmo, todos nós. Do mínimo ao máximo, diariamente, exercemos nosso estoque de egoísmo nas pessoas que amamos. Seja pensar no meu cansaço e negar quando a Rafa me traz algo da escola pra ver; seja achar que alguém tem o dever de fazer alguma coisa pra mim só porque eu trabalhei mais que ela (e falar isso com todas as letras). Voltando ao email: sabe aquelas surpresas inacreditáveis? Então. Daí eu vi o quanto eu estava sendo mesquinha. essa é a palavra: mes-qui-nha. De pesar tanto meu umbigo, esqueci de olhar pro lado. Todos o têm. Todos. E esse email me ajudou a ver muita coisa além da minha própria mesquinhez. Vi que minha angústia acaba quando a angústia da pessoa que quero bem (por motivos inexplicáveis) começa. E duas frases trocadas foi o suficiente para que todo o "mal" que me cercava de repente dissipasse. Bom? Sim, claro... não me sinto cansada como antes... Aqui, em mim, dentro de mim pra ser mais exata, tatuei: basta um sorriso seu para que o meu se abra. E na próxima (porque haverá tantas próximas) juro que vou tentar ser menos imprudente em meu pensar. Não precisei de olho no olho. Só me bastou palavras quentes nessa tela fria. Obrigada à você, que sabe do que estou falando, porém anote: sei que a sua intenção é deveras maior que meu simples bem estar. Eu entendi tudo. Mas não podia deixar de colocar, mesmo que implícito, o que senti, aqui