24 novembro, 2005

Fui almoçar com uma amiga minha, esses dias atrás. Na casa dela. Era pra ser só um almoço, rotineiro. Coisa de levo-as-meninas-no-colégio-e-passo-lá. Só que a irmã dela estava lá também. E não sei bem porquê, o papo caiu em pássaros e, consequentemente, em papagaios.

Se tem um pássaro que eu gostaria de ter é um papagaio. Sem papo de Ibama, por favor. Se eu tivesse, seria ilegal mesmo. Uma ave legalizada sai em torno de miliquinhentosreaus. Eu gostaria de ter um papagaio, mas minha sanidade ainda prevalece. Nem é disso que eu queria falar.

Daí que a irmã de minha amiga tem p-a-v-o-r de papagaio. Conta a lenda que um papagaio correu atrás dela, olhando-a de lado, enclausurando-a no banheiro do hotel-fazenda, onde o papagaio a aguardou ansiosamente, grunhindo sons fantasmagóricos....(imagine a cena e se contorça de rir)

Mas o pavor é tanto que ela tem medo de qualquer ave que se assemelhe à um papagaio - mesmo a menor das espécimes. E minha amiga tem um canário, ensinadinho, o bichinho. Vêm na mão, fica no ombro, essas coisinhas. E é lógico que fomos atiçar a papagaiofobia da moça.

Ela gritava, corria, engraçadíssimo. Na verdade, acho mesmo muito engraçado. O que um pobre canário poderia fazer à ela? Cheguei a fazer a pergunta, mas ela estava ocupada em correr de um lado pro outro, por causa do canarinho, nas mãos da minha amiga. Depois, a resposta veio em tom de medo: e se ele enrosca nos meus cabelos?

Eu só continuei rindo, com a idéia macabra de ver o que poderia acontecer. Mas ela estava tão branca e aterrorizada que retraí a idéia. Mas se tivesse um papagaio ali, ia ser mais engraçado ainda.

Sim, porque pimenta na dos outros é refresco.
E só tenho pavor mesmo de barata.