06 outubro, 2005

a coisa mais ridícula que acontece comigo é acabar o combustível do carro em lugares mais inóspitos - tipo, atravessando uma ponte.

e estar sem celular.

e estar sozinha.

e ter um compromisso dali 10 minutos.

e ficar desesperadamente desesperada.

e sentar na guia e chorar.

e aparecer um policial dizendo pra ficar calma, mas que também não pode ajudar, porque falta de combustível dá multa, e era só o que me faltava agora, mais uma multa, e que eu tenho que dar um jeito de tirar o carro dali.

[ah, obviamente, seu guarda, mas quais das opções o senhor acha mais conveniente? eu pega-lo no colo e carregar até ali, depois da ponte, ou praticar minha habilidade de tele-transporte? pfff]

e continuar chorando, sentada na guia.

até que aparece dois anjos e enquanto um te empresta o celular, o outro segue até o posto mais próximo comprar um pouco de combustível.

["tanta gente passando aqui e ninguém parou pra te ajudar. moça? Que absurdo!" - que fofo...]

e tudo se resolve, porque no meio de tanta gente curiosa e sem coração, havia dois rapazes de alma límpida para ajudar uma mulher completamente desesperada, chorando sentada numa guia.

e antes que alguém venha me dizer que o carro precisa colocar combustível de vez em quando, porque só assim que ele anda e coisa e tal, saiba que o ponteiro do tanque marcava 1/4.

e agora sei que além do ponteiro estar errado, nunca mais vai faltar um galãozinho com combustível no porta-malas... pode falar que é errado, perigoso, o escambau... o galãozinho já tá lá e lá vai ficar.

... porque ficar sem combustível atravessando uma ponte de duas mãos é desastroso, causa lágrimas e soluços... ao menos que se tenha, de prontidão, um galãozinho no porta-malas...

... ou dois anjos passando no momento.