18 fevereiro, 2005

Esse carnaval foi diferente. Não o carnaval, mas meus dias de carnaval. Fora a decepção homérica pela qual passei, eu tinha decidido impreterivelmente que ia me enfiar embaixo dos lençóis e assistir os desfiles, já que não sobraria muita coisa além disso mesmo.

Mas, no domingo, o telefone tocou. Era um amigo, pedindo que eu fosse na avenida, assisti-lo, porque ele fazia parte da comissão de frente da escola favorita aqui da cidade e tal... ele me convenceu, primeiro por causa da curiosidade e segundo porque o desfile de interior é muito engraçado.

Fui. Uma multidão enfurecida tomava conta da avenida. Jovenzinhos engasgavam-se em beijos molhados em cada esquina e a cada passo eu ouvia 'cerveja, dois real' (sic). Caminhei até a concentração das escolas, achei meu amigo, fui informada que horas ele desfilaria (que era beeem tarde) e rumei pra arquibancada (porque me sinto mal em multidões).

Importante dizer que cada escola aqui de Jacareí tem umas 270 pessoas na escola toda e a maioria das passistas que descem a avenida de topless ou roupa ínfima são gays. Começa aí a hilariedade da coisa toda. Mas depois que eu vi uns três homens na ala das baianas de uma escola, trajados com seus respectivos vestidos rodados e turbantes (?será isso?), nada mais me abalaria.

Mal organizada, o intervalo entre as escolas ultrapassava uma hora, o que foi me deixando de saco cheíssimo. No total, assisti 3 escolas (ah, vá, um recorde, em consideração a todos os anos que me atrevi a tal) e desisti de esperar o meu amigo, que acredita piamente que eu estava lá, na hora do desfile dele. E eu deixei ele acreditar, porque a euforia era tanta, que não seria eu a chata em decepcioná-lo. E a escola acabou ganhando, fiquei sabendo.

Taí. Ninguém pode dizer que eu não dei boas risadas. Porque é bem engraçado mesmo. E eu precisava desses risos. Ô.

E o que eu estou falando ainda de carnaval praticamente na Páscoa? Oras, porque não tinha falado nada sobre Carnaval. Agora, sou mais do mesmo. Tsc.