05 fevereiro, 2005

Quem olha minha vida do lado de fora, chega realmente a acreditar que tudo aqui é certinho e funciona belíssimamente, como uma engrenagem, com todos os dentes perfeitamente encaixados em seus respectivos espaços. Quem me escuta, acredita piamente que sou completamente estruturada, independente, sã e feliz. E é exatamente essa a impressão que eu teria se eu "me" encontrasse um dia. "Essa tem a vida que pediu aos céus".... certamente seria meu pensamento.

Poucos (quando digo poucos, é porque é pouco mesmo, beirando quase ao nulo) se preocupam em perguntar o quanto se rala pra se estar onde se encontra, ou até mesmo algo bem simples como "E você, tá bem?"... Tá, se escuta isso praticamente todo dia, mas eu me refiro às vezes que são realmente sinceras.

O mundo virou um umbigo, na sua maioria. E não, não estou bem... mas, dentro das minhas crenças, há também aquela que sabe que tudo é fase e passa, mais cedo ou mais tarde. A pergunta pra mim, exclusivamente, é até quando eu vou aguentar. Até quando eu vou achar que essa agonia aqui dentro passará e finalmente terei uma fraçãozinha de sossego... Ou até onde vai a enganação dentro de mim? Perguntas vão e vêm, o tempo todo, chegando a me deixar tonta. Hoje eu senti uma vontade mórbida de bater a cabeça na parede, pra ver se os pensamentos cessavam por alguns minutos.

Há quem chame isso de loucura. Hoje, eu chamaria de desespero. Desespero de dar certo, sabe? De não ser uma personagem dentro de uma vida que eu escolhi e acima de tudo, aprendi a amar. Ao contrário do que escutei, não, eu não vou mais atrapalhar, já que não ajudo... vou aprender a não agir conforme manda meu sentimento, que ordena cuidado, que impõe que eu fique do lado, gratuítamente, somente porque amo. Deus, como eu vou lutar contra esses ordens...

Peraí, não sei se amo não. Porque meus princípios e principalmente meu orgulho gritam aqui dentro de mim, nesse exato momento. Não, isso não pode ser amor, Polly. O amor é outra coisa. Sem decair em prosa ou verso, eu sei, até mesmo com esses poetas, que amor é muita coisa, mas sei por mim, por minha vida, que amor não humilha. Então, sou a rainha em xeque: não sei o que sinto, então. Sei que acabou um pouco hoje. Ou 'um pouco mais' hoje. Vamos ver o limite disso....

Nunca fui muito afetada por Carnaval, na verdade, nunca fez muita diferença pra mim. Mas esse dia triste de carnaval, no qual eu choro, eu nunca mais vou esquecer. Tenha certeza.