30 agosto, 2005

Tá difícil de lidar com a falta de colocação da Rafa. Ela não é mais uma criancinha, mas também não é adolescente. Ela tá chata, cri-cri, implicante, ranzinza, e numa TPM infinita sem nem ao menos ter se tornado 'mocinha' ainda. Briga com a Raquel o tempo todo, nada quer, só faz as coisas embaixo de ordens, se tranca no quarto e coloca o som no último. Tivemos uma conversa longuíssima, e estou achando essa fase dela bem cansativa. Pô. Ajudo à beça, não falta nada, faço até alquimia pra que tudo esteja bem. Mas quero um mínimo de retorno. Pode ser?

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Teve um "encerramento de período" no colégio, algumas apresentações, teatro, dança, essas coisas. Me desloquei o dia inteiro, pra poder estar lá na parte da manhã -horário da Rafa- e à tarde -horário da Raquel. Assim que cheguei no colégio, a Rafa disse que ia sentar com as amigas. Lembrei por um mero instante de um desabafo que tive com a Li esses dias, e falei, sem pestanejar: "Você sabe o quanto tive que driblar meu horário para estar aqui agora?". Ela entendeu e ficou do meu lado. Com alguma tromba, bem perceptível. Aos poucos, veio uma, duas, três, todas as amigas se sentar perto dela. Ficou resolvido, mas acho que ela não entendeu a lição.

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Filhos transformam a gente. O tempo todo. Isso é fato. Essa coisa de acordar de madrugada só pra vê-los dormindo é eterno e gratificante. Mesmo com toda a reclamação, com toda birra, há muito amor. Por isso, fiquei realmente feliz ao saber hoje que um amigo vai ser papai. Torço de verdade, sabe? Minha forma de dizer pra você que é bacana à beça, viu? Minha forma de dizer parabéns!

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É isso.