15 novembro, 2008
- blablabla, bom dia.
- por favor, quanto custa uma telemensagem ao vivo?
- hã?

ou é telemensagem ou é ao vivo, criatura.

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- blablabla, bom dia.
- oi, bom dia... quero uma cesta de café da manhã.
- qual faixa de preço prefere?
- preço não é o problema! mas tem uma coisa... vou mandar um filhotinho de poodle junto.
- junto com a cesta? mas daí tem que deixar o filhote aqui na hora que sair a entrega, e uma caixinha pra carregá-lo. nunca fizemos isso antes, mas podemos tentar.
- não, eu quero o cachorro JUNTO com a cesta.
- DENTRO???
- É.
- Desculpa, isso é impossível.
- Por quê?

Acredita que eu ainda TIVE que explicar?
Em tempo: propus duas cestas, uma só pro cachorro, sem o plástico que envolve e tal... mas o cerumano não quis.

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- blablabla, bom dia.
- oi, quero marcar uma ao vivo blablabla.
- [agendando...]
- então, é um condomínio e é num sobrado.
- ok.
- daí como vocês fazem?
- quando o carro chegar vocês descem...
- não, eu quero da sacada, vocês sobem...
- não dá, o equipamento é inteiro no carro.
- então vocês fazem debaixo e a gente fica na sacada.
- não dá também, ficar olhando pra cima... e seria uma filmagem péssima, teria que ficar filmando pra cima, como as pessoas iriam participar???
- então não quero.

e desliga, cheio da razão... incrível.

...

.

- Fulana, queria remarcar contigo a cobrança de agosto, o motoboy nunca te acha.
- Ah, não esquenta nãoooo. Uma hora ele me acha.

Oo

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- Então fica assim: sábado, as 20h, na igreja.
- Isso, marcou aí que é aniversário de casamento né?
- Marquei, tá tudo certo.
- Mas como você vai saber quem é a pessoa?
- Ela chama pelo nome, na hora que o carro chegar, vocês saem.
- Não, eu quero DENTRO da igreja.
- HEIN?
- É, quero que o carro ENTRE lá dentro.

Suspiros.

.

- Confere? É uma festa à fantasia, chegaremos a meia noite.
- Isso, mas quero uma coisa bem diferente...
- Como?
- Quero que vocês cheguem, feito convidadas mesmo... fiquem lá umas duas horas, participem da festa, e depois, lá pelas duas da manhã, vocês anunciam que é a mensagem ao vivo.
- Desculpa, não tem como. Há outras mensagens agendadas. Além do quê, o carro chama a atenção, o aniversariante mataria a charada na hora.
- Ah, vocês páram o carro longe então.
- Vai ficar o triplo do preço.
- Por quê?

É, eu também TIVE que explicar.

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- Vou fazer seu cadastro então. Nome completo?
- Fulano de Tal.
- Telefone?
- O meu ou de quem vai a fonada?
- O seu.
- 444-4444.
- Cic, Rg, Endereço, blablabla. Pra quem vai a mensagem?
- Fulana.
- Telefone?
- O meu ou de quem vai a fonada?

Enfia o dedo no cê-u e sai gritando.

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- Qual o preço da mensagem completa?
- Nojentos reais.
- Que caro!
- O kit mais simples é Cacetos reais.
- Ainda é caro.

Então não faz, poha.

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- Fulana, teu débito de 20,00 ainda tá em aberto. Quer remarcar?
- Você não cansa de me cobrar não?
- Na verdade, não.
- Você tá achando o quê, minha filha? Que não tenho essa miséria aí?
- Na verdade, acho.
- Manda aquele merda daquele motoboy então agora.
- Ele só faz cobrança amanhã, por isso tou tentando agendar com a senhora.
- Amanhã não terei esse dinheiro. É agora.
- Agora não tem motoboy aqui. Era só guardar pra amanhã. Um compromisso de honra de nome, se é que a senhora me entende.
- Tá me chamando de burra agora?
- Não, a senhora só está exaltada por achar que tem razão.
- E não tenho não? Você fica me enchendo com essa cobrança.
- Se pagar, não ligo mais.
[desligou]

Ligo de novo.

- Acho que a ligação caiu, Fulana.
- Não caiu não, eu desliguei na sua cara.
- Ok, sua cobrança tá indo pro protesto então.
- Meu nome então vale 20 reais?
- Nem isso. Boa tarde pra senhora.

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E isso é só 1% do que passo naquela loja.
 
da Polly Mattos | às 12:49 PM |


1 Comments:


At 17 de novembro de 2008 às 09:14, Anonymous Anônimo

Polly Mattos: tendo razão ao telefone desde 1999 rs

Que doidera isso, e eu achando que atender o telefone do jornal era uma aventura...

 


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