Eu acho a net um mundo cheio de possibilidades, que basta saber usar.
Mas o maravilhoso da net são as relações humanas, sem dúvida.
Leia daqui por diante com uma certa dose de coerência, sabendo que é opinião minha, não é regra, mesmo porque geralmente sou exceção. Sei que a maioria não pensa assim, que usa a internet para outros meios e há também os que condenam relações pessoais vindas de um 'mundo virtual' e tal.
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Eu usava muito chats. Foi quando nasceu a "Pollyanna". Vagava madrugadas à fio, de sala em sala, à procura de um papo saudável ou até mesmo de uma conversa mais picante, de vez em quando, que sou mulher suficiente pra admitir isso. Isso há uns 6 anos atrás, ou mais. Achava que internet era aquilo.
Mas só fiz amigos mesmo quando comecei a ir em uma sala só, todo dia. Foi uma luta ultrapassar a barreira da 'panelinha', porque era todo mundo 'no aberto', todos falando com todos ao mesmo tempo, uma zona. Tanto insisti que fiquei frequentando essa sala uns dois anos. E ia em encontros reais em SP, conhecia a sala toda, era bem bacana. Arrumei amores, amigos, amigas, inimigos, inimigas. Até que enjoou.
Olhava pra aquilo e pensava: nossa, como é que aguentei dois anos aqui? E de 45 pessoas da sala fixos, me restaram um ou dois amigos que ainda converso. [é, Gui, um é você.]
Fiquei mais de um ano usando a internet de forma impessoal. Foi quando descobri o blog. E como é fascinante tudo isso aqui também. Muito mais que o chat. Nos chats, contamos o que queremos contar, é uma conversa o tempo todo. E o blog é um espaço pra tua criatividade, onde optei ser eu mesma. Aí, o nome que escolhi a mais de dois anos atrás ali no título.
Foi onde aposentei todos os meus cadernos e agendas e passei a escrever aqui, pro mundo ler - ou não. Só que nunca imaginaria a força disso tudo.
O contato real aqui é muito menor que o de um chat diário, pra mim. Os encontros são de grupos pequenos, quando têm. Mas é totalmente diferente do que a de um chat. Aqui, sou o que sou. E se gostam de mim, é pelo que sou, não importando praticamente mais nada. No chat, eu era quem meu humor comandava ser, não era tão pessoal, era mais um grupo de gente conversando o tempo todo. No blog, não há aparência, e se tivesse, não conseguiria manter por tanto tempo. E isso... bom isso é um ponto e tanto.
Tem toda a possibilidade de se apaixonar pelo outro unicamente pelo que a pessoa é. E não estou falando só de paixões de casal, de namoro. Estou falando também de amizades. Tem gente fascinante que conheci pessoalmente já e que não abro mão da amizade mesmo. Tem blogs que vou conhecendo hoje e que tenho vontade de ler tudo, de tão bom que é. As idéias, os pontos de vista, a pessoa. Vêm aquele pensamento de "meu, tenho que conhecer essa pessoa".
Tem leituras que se tornam obrigatórias, tem pessoa que preciso ligar pra ouvir a voz, tem vezes que a gente se preocupa de verdade com o(a) outro(a). Tem aqueles que a gente pensava que era uma coisa e não é, tem aqueles que é muito mais do que a gente pensou um dia que fosse. Tem grandes amigos, tem grandes leituras. Tem aqueles que nem blog tem e é gente finíssima...rs.
Aí, sempre predomina a idéia que são pessoas que gosto [muito] exatamente pelo que são; e esse sentimento chega a ser tanto que o respeito pela pessoa é grandioso e o querer bem é o que mais importa mesmo. Já escutei de pessoas que em rodeiam e que não gostam tanto de net assim, que é tudo muito ilusão. Tá, pode até ser mesmo que ao conhecer uma pessoa pessoalmente, perca-se um pouco o entusiasmo - e já aconteceu comigo, até mesmo sem conhecer pessoalmente. Mas é uma coisa que acontece mesmo, e daí? Além disso, temos o feeling, que pode até errar, mas é raro.
Tudo isso pra dizer que sou uma doente por vocês, que sabem exatamente quem são. Doente. E que das melhores coisas que fiz um dia nessa minha vida, foi ter criado um blog. E que alguns de vocês ficarão pra sempre, mas pra sempre mesmo, na minha memória, embora eu saiba que farei o possível para nunca perder o contato.
[e esse post é pra dizer um "eu me importo com você" ]