21 abril, 2008
Eu sempre soube que, de alguma forma, a gente se liga à nossa fé espiritual ou pela dor ou pelo amor. Eu sempre fui pela dor. É quando mais sinto necessidade de acreditar que há um Deus e que Ele não me esqueceu. Em todas as minhas experiências religiosas, eu fui porque eu estava mal; portanto fui pela dor. Nunca rezei -e nunca fui de orações lidas, eu simplesmente converso - agradecendo nada, por mínimo que seja e quem dirá o máximo, e se as regras da igreja católica estiverem certas, é por isso [então] que estou onde me encontro.

Enfim, esse é só um prefácio idiota pra contar que -mais uma vez- eu busquei minha fé e encontrei algum conforto num homem de Deus. Um padre chamado Fábio. São as palavras dele que não me deixaram enlouquecer ainda. É o programa 'Direção Espiritual' [quintas, tarde da noite, Canção Nova] que me faz fazer a catarse prum novo dia.

É com ele que rio, que choro, que respiro e decido tentar mais um pouco. São com as histórias mineiras dele [algumas hilárias] que vejo como sou mísera. Não importa se ele é um padre católico, não é por isso que vou na missa, nem tou virando carola. Bem longe disso. Mas é nesse homem, o Fábio, padre ou não, que encontro uns minutos de paz.

Com ele que estou aprendendo que nossa vida é como uma regência de orquestra, é com ele que estou aprendendo que as notas tristes da sinfonia da nossa vida dura o quanto desejarmos que dure, pois é nossa a maestria dessa orquestra. É com esse padre que estou aprendendo que se vivermos pensando no quanto era bom antes, viramos museu. É ele, enfim, que virou um guia rápido para não pirar.

E é dele o texto abaixo. Não sei se vai servir pra você também, não sei se esse post é ou não é nada daquilo que você esperava de mim hoje, e na verdade não importa muito o que você acha. Não nesse momento. E sim, tou triste, cansada, essas coisas que as vezes dá. Mas lê aí. Mal não vai fazer.

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"É quase uma tristeza. É um jeito de querer o que não tem nome, é uma posse antecipada do que ainda não é real. Eu não sei. E não saber faz com que a dor se misture numa outra porção de sentimento, tornando o momento ainda mais instigante. Acho que sofro por não saber. Acho que sofro por saber o que não quero saber. Estranho, não é mesmo? Querer é tão doido! Querer e não saber o que se quer. O medo, este companheiro de toda hora aguça o meu contentamento, suturado às minhas alegrias como se fosse adendo na constituição do todo. Hoje eu acho que queria um colo de mãe. Talvez seja isso. Chorar mansinho pelas mesmas causas que as crianças. Chorar sem culpa, sem explicações. Voltar a ser menino e pedir que os outros decidam por mim o que me fará bem. Eu não quero muito nesse dia. Queria apenas um amanhecer sem os ruídos da maturidade. Um colo de mulher, um cheiro de infância, um quadro na parede e uma fala serena dizendo-me: o almoço já está quase pronto, meu filho! Só isso." [Pe Fábio, fragmento do texto "Quando a dor nos visitar"]

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E eu só trocaria pelo colo da minha vó.
O resto é igual.